Tutty Vasques
20 de outubro de 2010 | 06h41
Depois de prometer anistiar multas de trânsito, Weslian Roriz guarda ainda um trunfo na manga de sua candidatura: a proibição do bafômetro pode decidir as eleições no Distrito Federal. O resto é intriga da oposição: não é verdade que, no governo dela, todo mundo vai poder trafegar pelo acostamento, estacionar em cima da calçada, avançar sinal vermelho ou cortar caminho pelo gramado da Esplanada dos Ministérios.
Ninguém – nem o marido dela – teria coragem para tanto, mesmo sabendo que parte do eleitorado brasileiro considera o direito à coisa errada, ainda que em forma de perdão pelo fato consumado, tão decisivo na definição do voto quanto a condenação pública do aborto pelos candidatos.
Não é particularidade do DF. Em qualquer lugar do Brasil, se juntar a turma que está devendo no trânsito com o pessoal que sonegou imposto, assinou TV a cabo pirata, não depositou pensão alimentícia, agrediu o meio ambiente ou molhou a mão do guarda, a soma de votos dos anistiados em potencial já teria decidido as eleições no primeiro turno em todo o País. O eleitor, em maioria considerável, não presta!
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