Tudo soa falso em cena: o mocinho, o bandido, a motivação do crime, a lógica da ação, o tom da reação, o clímax, o anticlímax e qualquer tentativa de final feliz. Falta, se não verossimilhança, imaginação na carpintaria do argumento que deu origem à trama da quebra de sigilos em série na Receita Federal. A história é boa, mas sua dramaturgia política, de péssima qualidade.
Será que não há chance, ainda que remota, desses aloprados serem tão-somente aloprados? Quiçá reunidos numa ONG destinada a disseminar lambanças para constranger autoridades responsáveis a jurar jamais cometê-las no exercício do poder público.
Qualquer comédia terá mais chance de agradar ao eleitor, cansado do gênero trágico-pastelão da política brasileira. Todo mundo já viu este filme. Acaba sempre em pizza, né?!