O manual de sobrevivência à baixa umidade do ar que assola o País transformou em recomendação médica o hábito de molhar o bico no botequim da esquina depois do expediente. O atraso regulamentar na volta pra casa ganhou motivo de força maior: "Querida, eu precisei me reidratar no caminho!" A boca seca ao acordar no dia seguinte passou, de sintoma de ressaca, a diagnóstico ambiental. O desequilíbrio, no caso, não é mais propriamente de quem bebe. Esse clima é que está de amargar!
A secura pode, também, ser pretexto para, logo de manhã, cobrir de hidratante a pele de quem te esperou até tarde com baldes de compreensão. É o mínimo que se espera de alguém disposto a reduzir a sensação de desconforto no ar. Os solteiros lançaram, a propósito, uma cantada nova no bafo quente dessas noites de luar: "Passa lá em casa pra gente curtir uma baixa umidade juntos!"
A continuar como nos últimos dias, logo os políticos também vão aprender a usar a situação de emergência em benefício próprio. Parece que já tem marqueteiro tucano defendendo que se assuma em campanha o compromisso de acabar com ar seco implantado pelo atual governo em quase todo o País. Do outro lado, em compensação, fala-se em Bolsa-Nebulização!
Tomara que chova logo, né não?