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Diversidade e Inclusão

"A pandemia parece tão desigual quanto o acesso à tecnologia"

Iracema e Francisco Sogari comandam o Instituto Gabi, que atende 60 pessoas com deficiência intelectual na periferia da região sul de São Paulo. "As famílias têm celular, mas as tecnologias assistivas não estão disponíveis nas comunidades".

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Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Por Luiz Alexandre Souza Ventura
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A dificuldade de acesso a recursos de tecnologia assistiva nas regiões periféricas de São Paulo é um obstáculo constante na rotina de Iracema e Francisco Sogari, fundadores do Instituto Gabi, que atende 60 pessoas com deficiência intelectual em bairros da zona sul, como Jardim Miriam, Americanópolis e nas comunidades do Complexo Alba, no Jabaquara.

O trabalho diário do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAISPD), no contra turno educacional, para autonomia, inclusão e acompanhamento na escola e no mercado de trabalho, exige atividades presenciais, impossíveis durante a pandemia de covid-19 e as medidas de isolamento social para evitar a contaminação pelo coronavírus.

"Tudo acontecia com muita assertividade até a pandemia", conta Francisco. "Todos falam em 'reinvenção' ou migração para o universo digital, mas essa situação gerou uma dificuldade enorme, sobretudo em função das dificuldades de acesso a tecnologia e outros fatores", explica Sogari.

"É comum ver as mães falando que seus filhos sabem a hora de sair para as atividades. E agora perguntam e perguntam", comenta o coordenador. "É a realidade que percebemos na educação. As escolas públicas não têm os recursos e não conseguiram se adaptar com a mesma velocidade das privadas", diz.

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Descrição da imagem #pracegover: Cinco crianças com deficiência estão reunidas ao redor de uma mesa, segurando objetos coloridos. Em volta, duas paredes com vários desenhos e colagem sobre música. Crédito: Divulgação.  Foto: Estadão


Francisco Sogari afirma que o instituto tem participado de muitos eventos online que discutem o atendimento a pessoas com deficiência neste período crítico.

"As organizações estão procurando estratégias, com muitas dificuldades. As familias que atendemos têm celular, mas nem todas têm equipamentos adequados para acompanhar e participar. As tecnologias assistivas, que se fala muito hoje, não estão disponíveis nas comunidades periféricas", ressalta Sogari.

Para o fundador do Instituto Gabi, esse contexto reflete a realidade de um projeto social que promove a inclusão em um cenário de difícil transposição para o modelo digital ou a sua incorporação.

"O atendimento está comprometido e gera reflexos no desenvolvimento. O primeiro aspecto é a falta de interação e sociabilidade que o atendimento presencial proporciona. A descontinuidade, quebra da rotina que estão acostumados. A pandemia parece tão desigual quanto o acesso à tecnologia e vice-versa", complementa.

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