Luiz Alexandre Souza Ventura
18 de junho de 2020 | 14h14
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Descrição da imagem #pracegover: Foto em zoom do rosto do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que tem pelo clara, cabelos curtos e grisalhos, barba também grisalha, usa óculos e está com um semblante sério, com a boca torcida. Crédito: Dida Sampaio / Estadão.
Abraham Weintraub, ainda ministro da Educação, mostra definitivamente porque foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar a pasta.
Desde o começo de sua gestão, Weintraub escancara um desprezo rançoso pelas políticas inclusivas vigentes no País. É uma peça de encaixe perfeito na visão de Bolsonaro sobre cotas, vagas reservadas e abertura de acessos para quem vive constantemente excluído.
Após 14 meses à frente do MEC – assumiu o cargo em 8 de abril de 2019 -, período no qual nunca perdeu uma oportunidade de avacalhar tudo o que esteve ao alcance – como, por exemplo, a bagunça do Enem no ano passado e a rasteira na TV Escola -, Weintraub sacou a caneta mais venenosa que guardava para encerrar sua destroçante atuação.
Nesta quinta-feira, 18, foi publicada a Portaria n° 545, de 16 de junho de 2020, assinada pelo ministro da Educação, que acabou com as cotas para pessoas com deficiência, negros e indígenas em pós-graduações, mestrados e doutorados em Instituições Federais de Ensino Superior.
A canetada de Weintraub revogou a Portaria Normativa nº 13, de 11 de maio de 2016, publicada pelo então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pouco antes do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff do governo.
Com a expectativa da publicação de um vídeo de Bolsonaro para informar, oficialmente, a demissão do ministro, Weintraub deve ter salivado, em satisfação e êxtase, enquanto assinava a decisão. Uma vingança mesquinha, que joga um caldeirão de fogo nas mãos do substituto no comando do MEC e também do presidente.
É mais um episódio do ‘atira pra ver se pega’, estratégia habitual do governo Bolsonaro, que publica decretos e portarias dos piores tipos e, se a reação popular contrária ganhar força, volta atrás, não antes de, mais uma vez, atacar as instituições democráticas.
Nesta quarta-feira, 17, por 9 a 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter Weintraub no inquérito das fake news. E, como bem lembrou o BR Político, aqui do Estadão, o presidente Jair Bolsonaro é crítico das políticas de cotas raciais.
A provável queda de Weintraub é uma mera troca de subordinados num governo totalitário e dedicado à destruição.
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