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Diversidade e Inclusão

Ala inclusiva da Rosas de Ouro completa dez anos

Com estrutura para reunir até 300 integrantes, poderá ser a maior ala da agremiação no desfile de 2018, que marca o aniversário do projeto. Grupo tem pessoas com deficiência física, intelectual e sensorial. Escola tem acompanhantes, intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e guias, além do transporte, quando necessário.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
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Nos primeiros anos da ala inclusiva, os componentes usavam calça branca e uma camisa com estampa referente ao enredo, mas atualmente todos usam fantasias e maquiagens. Imagem: Divulgação  


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Cantar e dançar por mais de 60 minutos sem perder o fôlego e a energia, manter harmonia e sincronia, controlar tempo e velocidade, e ainda comemorar dez anos de vida. A ala inclusiva do projeto social 'Samba se Aprende na Escola', da Sociedade Rosas de Ouro, agremiação da zona norte de São Paulo, chega ao décimo desfile em 2018 e pode levar até 300 integrantes para a avenida.

O projeto começou 15 anos atrás, quando a psicóloga Vanessa Dias, diretora social da Rosas, conheceu Natália Castro, uma menina de seis anos que tinha o sonho de conhecer uma escola de samba. "Ela tinha seis anos e frequentava a AACD. Nasceu sem os braços e tem somente uma parte das pernas. Naquele dia, quando chegou na escola, foi direto para a frente da bateria e começou a sambar, totalmente independente".

Natália ganhou uma faixa em seu primeiro desfile e, durante quatro anos, liderou a ala das crianças na avenida. Algum tempo depois, foi a vez de Ricardo Tadeu, adolescente com paralisia cerebral, visitar a escola. A partir dessas duas experiências, a Rosas de Ouro passou a avaliar novas formas de incluir pessoas com deficiência nos desfiles e, em 2008, entrou com cinco cadeirantes em um carro alegórico.

"Ainda naquele ano, um amigo da presidente da escola sugeriu a inclusão de pessoas com deficiência visual, integrantes do Grupo Terra, que desfilam conosco desde 2009", comemora Vanessa. "Logo no começo aprendemos que não é possível levar o cão-guia para os ensaios e para a avenida por causa do barulho".

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Nos desfiles, a ala inclusiva está submetida aos mesmos critérios de avaliação dos jurados e tem o mesmo valor na nota da agremiação. Imagem: Reprodução  


Nos primeiros anos da ala inclusiva, os componentes usavam calça branca e uma camisa com estampa referente ao enredo, mas atualmente todos usam fantasias e maquiagens. Participaram do desfile deste ano frequentadores da AACD, Apae, Grupo Terra e do Projeto Bem-Me-Quer, além de pessoas com deficiência que procuram a escola por conta própria. Hoje, são 140 integrantes.

Os ensaios são feitos aos domingos de manhã e, antes do desfile, o grupo passa por uma preparação que dura aproximadamente oito horas. Para participar é necessário entrar em contato com a escola pelos telefones (11) 3931-4555 e 3931-0608, mandar e-mail para social@sociedaderosasdeouro.com.br ou enviar mensagem pelo WhatsApp diretamente para a diretora Vanessa Dias no (11) 94-623-0622.

A escola tem uma estrutura específica para receber pessoas com deficiência, com acompanhantes, intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e guias, além do transporte, quando necessário.

Ensaios são feitos aos domingos de manhã. Para participar é necessário entrar em contato com a escola pelos telefones. Imagem: Divulgação  


SAIBA MAIS - A Sociedade Rosas de Ouro nasceu em 1971, na região da Brasilândia, zona norte da capital paulista. Foi fundada por José Luciano Tomás da Silva, João Roque 'Cajé', José Benedito da Silva 'Zelão' e Eduardo Basílio, presidente até outubro de 2003. O comando atual é de Angelina Basílio.

O nome tem inspiração na condecoração instituída pelo Papa Gregório II no ano de 730 para virtuosas princesas católicas, o buquê de Rosas de Ouro, representado por uma pequena roseira de ouro maciço. A flor dourada brilhando reflete a majestade de Cristo, uma simbologia chamada de 'a flor do campo e o lírio dos vales'.

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Nas palavras de Leão XIII, "mostra o odor doce de Cristo que deve ser difundido extensamente por seus seguidores fiéis" (Acta, vol. VI, 104), e os espinhos e o matiz vermelho relembram a sua paixão". A escola já ganhou vários prêmios, o mais recente em 2010, pelo enredo 'O Cacau é Show'.

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