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Diversidade e Inclusão

Após MEC encerrar contrato, audiência da TV Escola e da TV INES cresce 4.000%

"Tem coisa melhor a fazer com esse dinheiro", declarou o ministro da Educação em dezembro. Diretor da Associação Roquette Pinto afirma que as duas emissoras vão permanecer no ar. "Continuamos conversando com o governo federal e queremos a TV INES na transmissão à cabo ainda em 2020", diz Francisco Câmpera.

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Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:


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Descrição da imagem #pracegover: Foto em zoom do rosto do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que está sorrindo e piscando com o olho direito. Crédito: Reprodução.  Foto: Estadão


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O fim do contrato do Ministério da Educação (MEC) com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (ACERP) não vai sepultar a TV Escola e nem interromper a transmissão da TV INES, única emissora para surdos do Brasil, com programação 100% em Libras (Língua Brasileira de Sinais), legendas e locução.

Na verdade, a crise gerada pelo abrupto rompimento da parceria e pelas declarações do ministro da Educação -

" target="_blank" rel="noopener noreferrer">"tem coisa melhor a fazer com esse dinheiro", escreveu Abraham Weintraub no Twitter - lançaram luz sobre os dois projetos. Desde dezembro do ano passado, segundo Francisco Câmpera, diretor-geral da ACERP, a audiência das plataformas digitais das emissoras cresceu 4.000%.

"Na TV INES, a entrevista com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, publicada em abril do ano passado, já alcançou 20 milhões pessoas", celebra o diretor da ACERP.


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Compromissos de Bolsonaro com as pessoas com deficiência


Francisco Câmpera afirmou que já recebeu propostas de outras empresas de audiovisual interessadas na TV Escola. Em 2019, o orçamento planejado para a emissora durante todo o ano era de R$ 70 milhões. Em abril, o ministro Weintraub cortou R$ 30 milhões desses recursos, mas "toda a programação prevista foi cumprida", comentou o diretor. Apenas para comparar, a TV Brasil, comandada pelo governo, tem orçamento de R$ 600 milhões ao ano.

Para a TV INES, no ar desde abril de 2013, o orçamento anual chega a R$ 9 milhões, dinheiro destinado pelo MEC ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) que, por sua vez, repassa o valor à ACERP. Em novembro do ano passado, a concorrência pública para a Associação Roquette Pinto fazer a gestão da emissora foi renovada.

"Fortalecemos a TV INES. Ela era o 'patinho feio' dos projetos, não tinha equipe própria. Nem na reunião de pauta havia a participação de pessoas surdas", conta Câmpera. "Dei um ano para todos os funcionários do INES aprenderem Libras", ressaltou o gestor.


MEC promete liberdade à TV INES

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Ele assumiu a direção da ACERP em 18 de fevereiro de 2019 e contratou a PwC Brasil para auditar os últimos quatros anos de gestão.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Entre as metas para 2020 está a inclusão obrigatória da TV INES na lista de programação das operadoras à cabo. De acordo com Francisco Câmpera, um projeto de lei com essa finalidade está em construção e o tema tem sido debatido com a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), que também responde pelas ações da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, comandada pela professora Priscilla Gaspar, primeira pessoa surda a ocupar um cargo no segundo escalão do governo federal.

VEREZA - Na última sexta-feira, 10, o ator Carlos Vereza, que comanda um programa de entrevistas na TV Escola, participou de uma reunião em Brasília com o ministro da Educação. Segundo reportagem do Estado, o artista recebeu pessoalmente do ministro Abraham Weintraub a notícia de que o MEC não renovará o contrato com a Associação Roquette Pinto.

RESPOSTA - Questionado pelo #blogVencerLimites, o Ministério da Educação respondeu em nota.

"O Ministério da Educação esclarece que a TV Escola é um canal de televisão gerido pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), que é uma organização social independente, de direito privado, responsável pela produção do conteúdo exibido diariamente no canal. Chegou a fazer parte do Ministério da Educação, mas desde 2015, mantém apenas contrato de gestão com o MEC para produção de conteúdo e gestão operacional. Para mais informações entre em contato com a assessoria de imprensa da TV Escola", completou o MEC.

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