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Diversidade e Inclusão

Brasileiros com deficiência auditiva movimentam R$ 576 bilhões por ano

Pesquisa organizada pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a Semana da Acessibilidade Surda, destaca as barreiras aos surdos na educação e no trabalho, mostra de que maneira o preconceito afeta o cotidiano das pessoas com deficiência auditiva, chama atenção para a relação da surdez com o envelhecimento da população e reafirma a urgência em acolher as pessoas com deficiência no País.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:


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Legislação considera a avaliação biopsicossocial para confirmar que a pessoa tem deficiência. Foto: Reprodução.


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Brasileiros com deficiência auditiva movimentam R$ 576,6 bilhões por ano, mesmo com as barreiras e os preconceitos que enfrentam todos os dias, o que limita o acesso ao trabalho e à educação. A informação faz parte do 'Raio X da surdez no Brasil', pesquisa organizada pelo Instituto Locomotiva e divulgada nesta segunda-feira, 30, último dia da Semana de Acessibilidade Surda (SAS) e do 'Setembro Azul'.

De acordo com o levantamento inédito, apenas 37% do surdos estão formalmente empregados no País. Desse total, 43% trabalham setor privado, 37% atuam por conta própria, 9% estão do setor público, 4% têm trabalhos domésticos, 3% são empregadores, 3% exercem trabalho familiar não remunerado e 2% são militares (Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia ou Corpo de Bombeiros).

"Com o rápido envelhecimento da população, a expectativa de vida vai superar os 81 anos até 2050. O tema da deficiência auditiva se torna cada vez mais urgente", afirma Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

A pesquisa mostra que, embora a perda de audição se torne mais frequente com o avanço da idade, uma grande parcela da população convive com a deficiência auditiva desde jovem. Entre os entrevistados, 91% se tornaram pessoas com deficiência auditiva ao longo da vida, mas metade desse grupo passou a ter dificuldades para escutar antes de completar 50 anos.

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Um dado importante da pesquisa aponta que 30% das pessoas com deficiência auditiva declaram ter também algum tipo de deficiência visual e ou intelectual.


Descrição da imagem #pracegover: Capa da apresentação do estudo 'Raio X da surdez no Brasil'. Crédito: Divulgação.  Foto: Estadão


"Pessoas com deficiência auditiva ainda têm menos acesso à educação e ao trabalho. Também enfrentam barreiras e preconceitos até em suas atividades mais cotidianas. É um desafio que vai crescer com o envelhecimento da população. Torna-se urgente que o país se prepare para acolher as pessoas com deficiência auditiva", ressalta Meirelles.

De acordo com a pesquisa, dois em cada três brasileiros com deficiência auditiva afirmam ter dificuldade com alguma atividade cotidiana, o que tem forte impacto na vida social.

"Não poder me comunicar com minha família é uma das coisas mais negativas. Como eles não sabem Libras (Língua Brasileira de Sinais), tentam fazer mímica, gestos ou então inventam uma linguagem própria para falar comigo. Por causa disso, eles não conhecem meu verdadeiro eu até hoje", revelou um dos entrevistados.

A pesquisa mostra ainda que 14% dos brasileiros com problemas auditivos afirmam não se sentir à vontade e poder falar sobre quase tudo com a família e 40% sentem isso em relação aos amigos.

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SAÚDE - O estudo mostra ainda que pessoas com deficiência auditiva severa têm três vezes mais chance de sofrerem discriminação em serviços de saúde. A falta de acolhimento e inclusão limitam também o acesso dos surdos às oportunidades básicas. Apenas 7% possuem têm ensino superior completo, 15% frequentaram o ensino médio, 46% concluíram somente o fundamental e 32% não têm nenhum grau de instrução.




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