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Diversidade e Inclusão

Coronavírus: "Traqueostomizados precisam de proteção máxima", diz associação

ACBG Brasil faz alerta sobre os perigos da covid-19 para quem não respira pela boca ou nariz e, por isso, perdeu a defesa natural do organismo para filtrar, umedecer e controlar a temperatura do ar que entra nos pulmões. Fonoaudióloga explica a importância dos filtros e adesivos protetores, que ainda não estão no rol do SUS.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
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Pessoas que passaram por uma traqueostomia e respiram permanentemente por uma estomia no pescoço (comunicação entre a traqueia e o ambiente externo), precisam de proteção máxima durante a pandemia do coronavírus. O alerta é da ACBG Brasil - Associação de Câncer de Boca e Garganta.

"Nós, os traqueostomizados, estamos completamente vulneráveis. Não usamos boca e nariz para respirar e, por isso, perdemos a proteção natural do organismo para filtrar, umedecer e controlar a temperatura do ar sujo que entra direto nos pulmões. Temos pneumonias recorrentes. E como somos pacientes oncológicos em tratamento ou seguimento, nossa imunidade é mais baixa", explica Melissa Ribeiro, presidente da ACBG Brasil.

O uso da traqueostomia também é comum em pessoas com deficiências causadas por condições como a Atrofia Muscular Espinhal (AME) e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

Filtros - Para a fonoaudióloga Suzana Areosa, neste momento de pandemia, com uma doença que compromete principalmente a respiração, o acesso aos insumos, como os filtros e adesivos de proteção, é fundamental.

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"O paciente que respira melhor tem defesa maior, melhora o sistema imunológico porque também permite que ele retome a capacidade de fazer expansão pulmonar durante a respiração, além de dificultar a entrada do vírus, por ser um aparelho que fecha a entrada da estomia", diz.

Em muitos países são usados os Filtros Micron e os HMEs (Heat and Moisture Exchanger), que fazem o papel do nariz com cristais de cálcio que filtram impurezas, aquecem e purificam o oxigênio que entraria frio e sujo no pulmão.

"Os pacientes precisam um filtro diferente por dia, inclusive para dormir. Esses dispositivos não estão no rol do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo liberou verbas para deter a contaminação pelo coronavírus e precisa prever a dispensação desses dispositivos com urgência e de forma contínua. Acreditamos que 15 mil pessoas no Brasil precisam dessa proteção", afirma a presidente da ACBG Brasil.

Orientação - A associação reforça as recomendações das autoridades de saúde sobre distanciamento social, quarentena e isolamento, com exceção de quem faz tratamento de câncer, como quimioterapia e radioterapia. "Pacientes que precisam ir ao hospital ou serviço de saúde deve usar máscara sobre a estomia ou um protetor de estomia", esclarece a fonoaudióloga Suzana Areosa.


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