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Diversidade e Inclusão

Da sala de aula para o mercado de trabalho

Na segunda parte da reportagem especial sobre o Colégio Paulicéia, destaque para a 'Ser Especial', associação criada pela escola para apoiar pessoas com deficiência no emprego. Diante da crise que atinge o País, com milhões de desempregados, as dificuldades para fortalecer a inclusão se multiplicam e exigem das empresas estratégia e inteligência para não tornar o ambiente hostil a esses funcionários.

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Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Por Luiz Alexandre Souza Ventura
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Muitas consultorias se apresentam como especialistas em diversidade e inclusão, mas costumam largar a pessoa com deficiência na porta da empresa após a contratação e não oferecem nenhum apoio para a sequência dessa inclusão. Há também influenciadores nas redes sociais, especialmente no Linkedin, que atuam da mesma maneira. São armadilhas, tanto para os profissionais com deficiência como para as corporações.

Com o País em crise e mais de 12 milhões de desempregados, fortalecer a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho atual, especialmente com deficiência intelectual, é um desafio enorme.

"Amparadas pela Lei de Cotas, as pessoas com deficiência têm seu direito de inclusão no mercado de trabalho assegurado. No entanto, é necessário acompanhamento nos processos de recrutamento, seleção, capacitação e suporte pós-contratação", diz Carmen Lydia Trunci, diretora do Colégio Paulicéia, em São Paulo, referência nacional em educação inclusiva (leia aqui a primeira parte dessa reportagem).

Em 2002, a escola criou a 'Ser Especial', uma associação assistencial de integração ao trabalho que dá continuidade à formação dos estudantes com deficiência, aplicando a mesma metodologia de 'inclusão monitorada' usada no colégio, e implementando programas de aprendizagem profissional para pessoas com e sem deficiência.

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Pessoas com deficiência ocupam 1% das vagas de emprego formal no Brasil


"A gestão dos profissionais com deficiência deve se pautar nas competências e não nas deficiências", ressalta Carmen Lydia. A afirmação pode parecer simples, e até óbvia, mas no universo corporativo ainda predomina a atenção centralizada nas dificuldades dos empregados com deficiência, muitas vezes considerados incapazes, mesmo quando são totalmente aptos. E, com essa prática equivocada, o processo de inclusão jamais funciona.

Muitas empresas ainda cometem erros básicos que comprometem os processos de inclusão de pessoas com deficiência. Alguns são frequentes e, quando isso não é corrigido, a rotatividade de profissionais com deficiência é alta, ampliando estigmas e preconceitos.

De acordo com Carmen Lydia Trunci, é necessário desenvolver programas que supram as necessidades de cada empresa, sempre com incentivos à responsabilidade social corporativa, valorizando a diversidade e a equidade. "Sem acompanhamento adequado, assim como na inclusão escolar, não há bons resultados", ressalta.

"Na deficiência intelectual, as dificuldades são maiores justamente porque a acessibilidade atitudinal é a mais complexa para ser atingida. Considerando que esse tipo de deficiência é a que envolve maior número de pessoas, é extremamente importante um trabalho de mediação", defende a especialista.

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Aplicativo ensina termos de educação profissional em Libras


A metodologia da 'Ser Especial' tem bases de atuação aplicadas em consonância com a Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e com normas do Ministério do Trabalho.

A pessoa com deficiência pode ser contratada pela empresa e desenvolve suas atividades no local de trabalho, também pode ser incluída em iniciativas de reabilitação profissional mantidas por entidades conveniada.

Há ainda o processo de contratação direta ou indireta do inscrito no programa de aprendizagem para formação técnico-profissional metódica e compatível com seu desenvolvimento físico, moral e psicológico.


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