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Diversidade e Inclusão

Dentista e anestesiologista unem especialidades para atender pessoas com deficiência

Dupla trata pacientes com deficiência intelectual, restrições físicas ou emocionais, fobias e até com a síndrome do jaleco branco. "Há adultos que não conseguem abrir a boca e crianças que aprenderam a enganar o inalador"

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:

 


O cirurgião dentista Thomaz Regazi e médica anestesiologista Priscila Costa uniram suas especialidades para tratar a boca de pessoas com deficiência intelectual, pessoas com síndrome de Down, autistas, pacientes com transtornos neurológicos, restrições físicas ou distúrbios emocionais, fobias e até com a síndrome do jaleco branco.

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São casos que exigem procedimentos específicos, muitas vezes possíveis somente em um centro cirúrgico. Thomaz Regazi cita um paciente autista, de 40 anos, que não abre a boca sequer para fazer um exame.

"Para conseguir examinar e tratar, mas também para evitar traumas ou até mesmo para não potencializar o medo que essa pessoa já tem, vamos direto para a aplicação da anestesia na veia", diz o dentista.

Além dessas restrições, pode haver também o medo da agulha. Priscilla Costa explica que essa barreira é vencida com a administração de um pré-anestésico. "É um xarope que provoca amnésia temporária", comenta.

"Há crianças com síndrome de Down que param de respirar pelo nariz quando colocamos o inalador de óxido nitroso", conta o dentista. "Nesses casos, fazemos uma análise sobre o uso da anestesia pediátrica venosa no consultório, porque os riscos podem ser maiores do que o benefícios, considerando a pré-existência de condições cardíacas e outros problemas", esclarece a médica anestesiologista.

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Priscila Costa ressalta que a fobia da agulha e a separação dos pais ou cuidadores também são fatores que influenciam na decisão de manter ou não o tratamento no consultório. Segundo os especialistas, a aplicação do anestésico na veia, no consultório, segue legislação, com processo de validação e de segurança.


Priscilla Costa é médica anestesiologista e Thomaz Regazi é cirurgião dentista. Foto: Divulgação.


O atendimento odontológico em leito hospitalar ou em domicílio, chamado de 'beira leito', já é permitido e, de acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO), se tornou muito mais frequente durante a pandemia de covid-19, inclusive em centrais de pronto atendimento e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), por causa do longo tempo de internação na enfermaria ou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com intubação e ventilação mecânica de pacientes, o que gera danos à cavidade oral.

A Organização Nacional de Acreditação (ONA) verifica padrões de segurança e qualidade. Em 2021, a entidade atualizou detalhes a respeito do home care e emite selo de qualidade.

"O atendimento em casa cresceu muito, mas tem de ser prioridade para pacientes que realmente não conseguem ir ao consultório. Na pandemia, o medo aumentou", afirma Thomaz Regazi.

"Casos muito difíceis, quando o paciente não permite nada, são vencidos pelo pré-anestésico, inclusive na comida. Existem pacientes que não conseguimos tratar no consultório e têm de ser levados para o centro cirúrgico. Isso também é necessário no caso de pessoas com muitas comorbidades ou infecções fortes", diz Priscila Costa. "O que determina o limite é a condição clínica do paciente. Problemas muitos graves precisam de estrutura hospitalar", reforça a médica anestesiologista.

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A dupla atua junta há dois anos, na cidade de São Paulo e também em São José do Rio Preto. Outros deslocamentos são estudados, considerando a distância e o tipo de veículo necessário porque há um limite para o transporte dos equipamentos.

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"A formação do dentista ainda não tem disciplina que ensine sobre sedação e nem como lidar com o paciente que tem deficiência ou necessidades específicas", observa Thomaz Regazi.

"Os procedimentos de anestesia evoluíram, mas as pessoas ainda têm medo. Existem mitos sobre os perigos da anestesia. Nós temos dados, registros, compromisso com a qualidade e a segurança, com preservação da via aérea, além de cuidados com a medicação e o tipo de paciente. É uma prática muito segura e ainda pouco encontrada. Conseguimos fazer o diagnostico com antecedência e o procedimento pode ser interrompido diante de qualquer complicação", completa Priscila Costa.

SERVIÇO:

Dr. Thomaz RegaziCirurgião dentistaRua Cardoso de Almeida, nº 60, conjunto 33, Perdizes, São Paulo (SP)Telefone: (11) 4754-0134Whatsapp: 55 11 2667-7018contato@thomazregazi.comhttps://thomazregazi.com/

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Dra. Priscila Costa SilvaAnestesiologistaRua Jair Martins Mil Homens, nº 500, Navarro Building, Sala 604, São José do Rio Preto (SPTelefone e Whatsapp: 55 17 99164-5751cs_priscila@hotmail.comhttps://htot.com.br/


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