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Diversidade e Inclusão

Emprego Apoiado para pessoas com deficiência combate a crueldade no trabalho

Após denunciar boicote a uma enfermeira com autismo no Hospital do Servidor Público de SP, o blog Vencer Limites convidou autoridades que atuam pela inclusão para avaliar o caso em artigos exclusivos. O sexto texto é assinado pela neuropsicóloga Sandra Dias Batochio da Silva. Em pauta, a importância da estrutura de emprego apoiado para igualdade e equidade no ambiente de trabalho.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
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A falta de estrutura de emprego apoiado, para garantir a pessoas com deficiência oportunidades equivalentes de aprendizado no ambiente de trabalho, pode destruir por completo um projeto de inclusão. O que deveria ampliar acessos ao emprego, acaba por reduzir as chances de evolução profissional. Nesse processo, ficam evidentes as práticas de discriminação e exclusão.

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Um exemplo dessa dinâmica invertida está escancarado na denúncia da enfermeira Andrea Batista da Silva, que tem autismo e relatou boicote de colegas e superiores no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo. O caso foi publicado com exclusividade pelo blog Vencer Limites. A reportagem levou o Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP) a abrir uma investigação.

O blog Vencer Limites convidou especialistas e autoridades que atuam pela inclusão para avaliar o caso em artigos exclusivos. O sexto texto é assinado pela neuropsicóloga Sandra Dias Batochio da Silva.

Leia também os artigos escritos por Cid Torquato, secretário municipal da pessoa com deficiência de São Paulo; Mara Ligia Kiefer, gerente de projetos de inclusão da i.Social; Irma Rossetto Passoni e Jesus Carlos Delgado Garcia, do Instituto de Tecnologia Social (ITS BRASIL); Lara Souto Santana, coordenadora de desenvolvimento de programas da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD) de São Paulo, e Marco Pellegrini, secretário nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos.


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Emprego apoiado

por Sandra Dias Batochio da Silva*

O Brasil passou a considerar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) uma deficiência em 2012, mudança de grande importância para garantir direitos e auxiliar na inclusão social. Na prática, porém, não é o que observamos.

O caso da enfermeira Andrea nos mostra a realidade cruel que muitas pessoas com deficiência ainda enfrentam. Seis anos se passaram e muita coisa precisa ser questionada, aprendida e modificada.

A inclusão social do autista é imprescindível em todas as fases da vida, pois somente assim é possível desenvolvver suas potencialidades e sua autonomia.

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Apesar da legislação que garante a inclusão do autista no trabalho, é nítido que não há uma inserção como deveria ocorrer de fato. Infelizmente, a dificuldade do autista em ingressar nesse mercado mostra uma realidade excludente.

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Muitos jovens com TEA entram na faculdade e, quando buscam emprego, são barrados no momento da entrevista por suas dificuldades nas áreas de comunicação e interação social.

Dentro do espectro, boa parte dos autistas têm inteligência preservada e facilidades para algumas funções, com alto índice de concentração, foco e objetividade. Possuem habilidades específicas em organização, facilidade no cumprimento de regras e normas, são pontuais e responsáveis.

Quando se fala em autismo, existe uma visão estereotipada e a experiência nos mostra que essas pessoas são profissionais sérios, comprometidos e totalmente dedicados ao trabalho, mas esbarram no preconceito ou na dificuldade das pessoas entenderem que a sua falta de sociabilidade não é intencional, mas sim uma traço dentro do espectro, o qual pode variar dependendo da gravidade.

As empresas precisam olhar para o potencial e para as habilidades dessas pessoas e não para as suas dificuldades. Devem entender que, na inclusão, o emprego apoiado e os profissionais capacitados fazem diferença para que essa população consiga mostrar seu valor e todo o seu potencial.

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Não adianta as empresas contratarem profissionais com Transtorno de Espectro Autista apenas para cumprir a Lei de Cotas. Elas precisam fazer um acolhimento mais eficaz desse público a partir do respeito mútuo e vencendo as dificuldades de interação e relações sociais.

*Sandra Dias Batochio da Silva é neuropsicóloga.


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