Luiz Alexandre Souza Ventura
12 de fevereiro de 2020 | 14h23
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Descrição da imagem #pracegover: Geane Poterik, fundadora da Associação Dar a Mão, está num banco de madeira duas meninas. Geane tem pele clara, cabelos pretos, lisos e compridos, usa óculos e veste uma camisa preta com o emblema da associação. Uma das meninas é a filha de Geane, Dara, de 4 anos, que pele clara, cabelos castanhos, lisos e compridos, que estão presos. Ela está em pé no banco, com os braços levantados e usa uma prótese vermelha e preta no braço direito. A outra menina é prima de Dara, Larissa, de 6 anos, que tem pele clara, cabelos pretos, lisos e longos, que estão soltos, e usa uma tiara prateada em formato de coroa sobre os cabelos. As três estão olhando para a câmera e sorrindo. Crédito: Divulgação.
Um projeto criado há quatro anos, parceria entre a Associação Dar a Mão e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), já produziu e entregou gratuitamente 200 próteses, feitas em impressoras 3D, para crianças de todo o Brasil. Os equipamentos são desenvolvidos sob medida, podem ter detalhes para atividades específicas como hipismo ou natação, além de cores e temas escolhidos pelos usuários.
A matéria-prima é o PLA (ácido poliláctico), derivado de recursos como amido de milho ou cana-de-açúcar, um termoplástico biodegradável e muito maleável. A prótese é durável, mas precisa ser trocada frequentemente por causa do crescimento natural da criança.
Para solicitar, é necessário entrar em contato com a associação pelo (43) 99846-9220 (telefone e Whatsapp) ou no email associacaodaramao@gmail.com.
Os voluntários atuam em conjunto com o Núcleo de Pesquisa de Produtos Orientados para Tecnologia Assistiva (POTA) do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da PUCPR, coordenado pela diretora de Pesquisa e Tecnologia da Associação Dar a Mão, Lúcia Miyake.
“Estudamos a ampliação do atendimento para pessoas que não têm os braços ou parte do braço. Sem o movimento do cotovelo elas precisam de próteses eletromecânicas e já temos 150 voluntários envolvidos no desenvolvimento de novos modelos”, revela a pesquisadora. “Do ponto de vista acadêmico, você começa a dar para a engenharia um lado mais humano”, celebra a diretora.
A PUCPR tem uma estrutura de laboratório, engenharia e impressoras 3D que facilita a pesquisa e o trabalho de quem vai desenvolver as próteses. “No começo, eram pretas ou brancas. Depois surgiu a ideia de ouvir os desejos das crianças, então começou a produção de equipamentos da Barbie, do Grêmio e do Homem-Aranha”, diz Lúcia Miyake.
“São várias cores de filamento que podem ser usadas de acordo com a sofisticação da impressora. A ideia era que fosse um atrativo psicológico para as crianças. Essa entrega personalizada incentiva a criança a usar e fica mais fácil a reabilitação na fisioterapia. O trabalho se torna gostoso, uma brincadeira mesmo”, explica a professora.
A Associação Dar a Mão agradece a participação de todos, junto com Dara (6 anos), filha da fundadora da instituição, que é a motivação do início deste lindo trabalho.Nosso muito obrigado pela participação na Associação Dar a Mão, seja como voluntários, parceiros, famílias associadas integrantes da Rede de Apoio e Acolhimento Familiar!Um beijo!!! 😘Geane e Dara PoterikoSão João do Ivaí – Paraná.
Publicado por Associação Dar a Mão em Quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
“Trabalhamos o desenvolvimento desses produtos. Cada prótese é personalizada porque você não encontra uma pessoa que seja igual à outra, sempre há diferenças. O trabalho é tentar compatibilizar tudo isso, buscar novas alternativas de materiais para aperfeiçoar”, comenta o professor Osíris Canciglieri Júnior, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da PUCPR e líder do grupo de pesquisa Concepção e Desenvolvimento de Produtos, que instalou uma das impressoras 3D em casa para fabricar as próteses.
Os pesquisadores atualmente trabalham em novas texturas e movimentações. Para o professor Osíris Canciglieri Júnior, as próteses promovem também a inclusão escolar porque, mesmo sem deficiência intelectual ou condições neurológicas, as crianças com amputações também precisam de recursos de acessibilidade não oferecidos por colégios regulares. E o resultado dessa discriminação é o isolamento em instituições especiais.
“As crianças amputadas podem acompanhar o ensino regular sem problema e quando têm acesso às próteses, o obstáculo é superado. Do ponto de vista acadêmico, você começa a dar para a engenharia um lado mais humano”, completa o educador.
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