Luiz Alexandre Souza Ventura
04 de junho de 2021 | 14h36
O Itaú Unibanco pretende liberar até julho deste ano para aproximadamente 4 milhões de clientes o acesso ao íon, aplicativo criado pelo banco no ano passado, no meio da pandemia. A nova plataforma é específica para investidores, de todos os tipos e tamanhos, com qualquer volume de capital.
“A principal diferença do íon é que o aplicativo já nasceu acessível, tem essa qualidade desde o primeiro momento da concepção, uma decisão importante para tornar o app realmente inclusivo”, diz Victor Marinho, gerente de engenharia e acessibilidade do Itaú Unibanco.
“Temos um grupo de 40 profissionais, sendo que 20 são pessoas com deficiência, principalmente visual”, explica o gerente. “Seguimos a WCAG (norma 2.1), mas precisamos ir além do padrão, da norma”, destaca Marinho.
O gerente esclarece que quatro profissionais – duas duplas, uma pessoa com deficiência visual e uma pessoa sem deficiência – ficaram 100% dedicados à acessibilidade do projeto.
De acordo com Claudio Sanches, direitor de produtos de investimentos e previdência do Itaú Unibanco, o íon foi lançado oficialmente em dezembro de 2020, no conceito de mínimo produto viável, e tem sido testado por 70 mil clientes. “É uma plataforma mobile de investimentos, para tablets e smartphones. Tem dados completos sobre transações, tópicos de educação e comunicação”, comenta. “Os clientes relataram que perdiam tempo consultando outras páginas e fontes. Por isso, ampliamos as informações disponíveis no aplicativo, que também tem páginas de stories”, diz Sanches.
Foi a primeira vez que o Itaú criou uma plataforma com acessibilidade como base do projeto. Outros sistemas e aplicativos passaram por adaptações, mas não foram elaborados com essa meta.
A experiência com o desenvolvimento do íon mostrou aos profissionais do Itaú que ser acessível desde o começo traz vantagens para o andamento do projeto.
“Quando começa acessível, você ganha produtividade, tem esse pensamento como parte do trabalho. Demora um pouco mais, mas o resultado é muito melhor”, afirma Luciana Ferreira, líder de produto no projeto íon. Ela acrescente que o conhecimento dos desenvolvedores sobre questões específicas da acessibilidade digital ainda é um desafio.
Victor Marinho ressalta que os clientes não precisam de nenhuma ferramenta extra para acionar os recursos de acessibilidade do íon. O gerente explica que o aplicativo está em constante evolução e ainda não tem ferramentas específicas para pessoas com deficiência auditiva, como vídeos legendados ou conteúdo em Libras.
“Toda a tecnologia foi criada dentro da empresa. É uma demanda constante dos clientes”, diz Marinho.
“O próximo passo será conseguir tornar acessíveis as informações em tempo real e também, gráficos de ações e renda variável”, completa Luciana Ferreira.
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