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Diversidade e Inclusão

Mara Gabrilli lidera missão do Senado na ONU para mandar insumos e resgatar civis na Ucrânia

Senadora fala com exclusividade ao blog Vencer Limites sobre as articulações para enviar avião da FAB com suprimentos, itens médicos, água e comida, além de retornar ao Brasil com cidadãos brasileiros e refugiados da guerra.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:

Mara Gabrilli viajou para Genebra, na Suiça, no começo deste mês, onde participa, até o dia 25, das reuniões presenciais do Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Foto: Divulgação.


Uma missão do Senado brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU), liderada pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), tenta enviar à Ucrânia um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com suprimentos, insumos médicos, água e comida, além de retornar ao País com cidadãos brasileiros e refugiados da guerra.

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A parlamentar fala com exclusividade ao blog Vencer Limites sobre a operação. "Tenho conversado diariamente com cidadãos ucranianos, que fazem relatos sobre a situação em meio à guerra. Alguns querem deixar o país", diz Gabrilli.

Entre essas pessoas está Victoria Stasiv, prinicipal responsável pelo resgate de 40 idosos com deficiência que ficaram sozinhos em uma casa de acolhimento. Ela mora em Lviv, a região foi bombardeada e Victoria busca maneiras de escapar dos ataques russos.

"Tropas russas invadem as casas das pessoas e as matam. O mesmo acontece com quem está de carro. Fugi para o subsolo por causa do ataque aéreo. A situação piora a cada dia. Pensamos em ir para a Alemanha porque a Polônia já está superlotada", contou Victoria nesta quarta-feira, 16, em relato exclusivo ao blog Vencer Limites.

Mara Gabrilli viajou para Genebra, na Suiça, no começo deste mês, onde participa, até o dia 25, das reuniões presenciais do Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Ela continua comparecendo remotamente às sessões e votações do Senado.

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A senadora foi eleita para o Comitê em 2018, para um mandato de 2019 a 2023. As reuniões são semestrais, com 20 dias de duração. A ONU banca a passagem e a estadia durante o encontro. Não há custo para o integrante nem para o País.

A missão oficial do Senado na ONU acompanha as tratativas do Brasil sobre direitos humanos na Ucrânia durante a guerra. Gabrilli mantém conversas com a Missão Permanente do Brasil na ONU em Genebra, com o governo federal, por meio dos ministérios da Saúde e das Realações Exteriores, com voluntários brasileiros na Ucrânia, entidades internacionais do terceiro setor, empresários, parceiros médicos e fornecedores no Brasil.

Mara Gabrilli está em contato com representantes do Frente Brazuca, um grupo de voluntários que ajuda brasileiros e ucranianos. "Esse grupo apresentou lista com 26 insumos hospitalares, além de água e comida, que precisam chegar aos feridos em um hospital da Ucrânia, na região da fronteira com a Polônia". afirma a senadora.

Gabrilli também conversou pessoalmente com Rachel Levitan, vice-presidente da HIAS International (Hebrew Immigrant Aid Society), organização sem fins lucrativos que fornece ajuda humanitária e assistência a refugiados. "Essa entidade vai atuar para a garantir chegada do avião da FAB à Ucrânia e a distribuição correta dos insumos", diz a parlamentar brasileira.

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A senadora tenta ainda se reunir com integrante da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), da Handicap International (ONG que trabalha com refugiados com deficiência) e da International Disability Alliance (IDA).

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"Falei com o embaixador brasileiro na missão permanente do Brasil na ONU Genebra, Tovar da Silva Nunes. Ele se colocou à disposição para conseguir o avião da FAB", relata Gabrilli. "O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ofereceu os serviços da assessoria internacional da pasta", comentou a senadora.

O corpo diplomático brasileiro informou que o avião só pode ser liberado quando estiver carregado de insumos, por isso, Gabrilli pediu ajuda à bancada feminina do Senado, a diversos senadores, inclusive o presidente Rodrigo Pacheco, também para Jorge Solla, coordenador-geral de cooperação humanitária da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério da Relações Exteriores, além de médicos e empresários.

"Algumas empresas já demonstraram interesse em doar, mas o entrave neste momento está na questão da nota fiscal. Estou trabalhando em uma proposta legislativa para conseguir isenção fiscal para essas doações. Nossa expectativa é avançar nas tratativas durante os próximos dias e reunir a quantidade de insumos necessária para que o avião brasileiro possa decolar à Ucrânia, levando suprimentos e retornando ao Brasil com vítimas da guerra", completou Mara Gabrili.


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Cidadãos ucranianos fazem relatos sobre a guerra e querem deixar o país. Foto: Victoria Stasiv.


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