Luiz Alexandre Souza Ventura
11 de janeiro de 2021 | 19h21
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Descrição da imagem #pracegover: Cópia de tela de uma conversa no Whatsapp, com destaque para o trecho “Que pena! Terá que ser dispensado cudados especiais. O casal NÃO merece castigo TAMANHO. Deus vai ajudá-los a resolver esse dilema”. Crédito: Divulgação.
Um médico chamou a síndrome de Down de “castigo para o casal” durante troca de mensagens pelo Whatsapp com a mãe de um bebê, de seis meses, que tem a condição genética.
A mãe compartilhou o trecho da conversa no grupo de Whatsapp ‘Projeto Laços’, organizado pelo Instituto Serendipidade, que divulgou no Instagram.
Quando a mulher confirma que o filho dela tem síndrome de Down, o médico responde: “Que pena! Terá que ser dispensado cudados especiais. O casal NÃO merece castigo TAMANHO“, escreve o médico. “Deus vai ajudá-los a resolver esse dilema”, ele completa.
No post publicado no Instagram, Henri Zylberstajn, fundador do Serendipidade, pai de um menino que tem síndrome de Down, Pepo, e de duas crianças sem deficiência, Nina e Lipe, faz um desabafo e chama à reflexão.
“É urgente transformar o olhar da sociedade para temas como inclusão e diversidade. Quero muito acreditar que esse médico fez os comentários, que machucam, sem ter essa intenção. Mesmo sendo alguém bem instruído e formado, o fez por ter estabelecido referenciais ao longo de sua vida sem considerar todas as possibilidades. Fez porque não convive com pessoas com deficiência. Fez porque acha que deficiência é sinônimo de doença e incapacidade. Fez porque não se colocou no lugar da mãe e, principalmente, nem de seu filho com síndrome de Down. Fez porque é assim que a maioria da sociedade ainda enxerga a deficiência”, diz Zylberstajn.
“Isto é um exemplo clássico de capacitismo, e é dever de todos desconstruir este tipo de conceito, derrubar vieses (que são muitas vezes inconscientes) e acabar com preconceitos e discriminações, colocando as pessoas com deficiência em evidência, nutrindo a sociedade com informações e oferecendo oportunidades de convívio com a inclusão e a diversidade”, continua o diretor.
“Ter um(a) filho(a) é a maior alegria que a vida nos oferece, e seu nascimento deve ser comemorado, independente de qualquer característica. A deficiência pode ser uma delas, mas não é o que define uma pessoa. Desconhecer isto não é um problema, mas não estar aberto a escutar, aprender e não se colocar no lugar do outro é”, conclui Henri Zylberstajn.
REPORTAGEM COMPLETA EM LIBRAS (EM GRAVAÇÃO)
Vídeo produzido pela Helpvox com a versão da reportagem na Língua Brasileira de Sinais.
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