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Diversidade e Inclusão

"Não somos vítimas"

A nadadora Edênia Garcia chega aos Jogos do Rio com três medalhas paralímpicas no currículo, além de vários títulos internacionais. "Queremos ser a maior potência mundial", diz a atleta, que vai participar de sua quarta paralimpíada.

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Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:
 Foto: Estadão

Faz tempo que as disputas esportivas fazem parte da vida de Edênia Garcia. Aos 14 anos, em sua primeira competição no circuito Norte/Nordeste, ganhou sete medalhas de ouro. Aos 29 anos, chega à quarta paralimpíada como uma das maiores promessas brasileiras na natação. Ela ganhou a prata nos 50m costas classe S4 em Atenas (2004), o bronze nos 50m livre classe S4 em Pequim (2008) e mais uma prata nos 50m costas classe S4 em Londres (2012).

"Minha meta é fazer o melhor, ganhar mais uma medalha. É muito legar estar na minha quarta olimpíada, mas melhor ainda é fechar a competição com uma medalha", diz. "Pude acompanhar parte desta olimpíada, que superou minhas expectativas. O povo, o clima, a organização. E não espero diferente nas paralimpíadas. Queremos fazer o melhor, no evento e nos resultados. Queremos ser a maior potência mundial".

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Para Edênia, os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro devem servir para propagar a mensagem de que pessoas com deficiência não são vítimas. "Não precisamos ficar trancados em casa. Qualquer pessoa pode exercer uma profissão. A pessoa com deficiência não é limitada, pessoal ou profissionalmente. Essa informação precisa chegar a todos no Brasil, não apenas nas grandes cidades. É o maior legado que podemos deixar para nosso país", diz a atleta.

E o tal 'exemplo de superação', o retrato do 'herói', abordagem habitualmente usada pela mídia em geral quando um atleta com deficiência se torna conhecido, diminuindo todo o treinamento, empenho, fibra e qualidades desse atleta? Edênia não quer saber dessa imagem.


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"Não uso a palavra superação. Sou uma pessoa comum, que trabalha firme, que conseguiu transformar a deficiência em eficiência. Não vivemos nos superando. Trabalhamos para alcançar nossos objetivos. Somos mais um grupo de trabalhadores do Brasil. Atravessamos os limites. Nosso maior adversário é o tempo, principalmente na natação",

Edênia Garcia nasceu em 30 de abril de 1987, em Crato/CE, e tem uma polineuropatia sensitiva motora, diagnosticada somente quando ela já estava com 7 anos. Aos 13 foi morar em para Natal (RN) para ter um atendimento melhor e conheceu o paratletismo. Em um ano, começou a competir e, aos 14, em sua primeira competição Norte/Nordeste, ganhou sete medalhas de ouro. Em 2001, em Mar del Plata, ganhou cinco medalhas de ouro.

"Fico incomodado quando nos chamam de heróis"

Ganhou ainda as medalhas de ouro e prata no Parapan de Toronto 2015, as medalhas de ouro (50m costas e 4x50m medley) no ParapanPacific EUA 2014, a medalha de prata (50m costas classe S4) nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, é tricampeã Mundial (50m costas), título conquistado na Holanda em 2010, ganhou a medalha de bronze (50m livre classe S4) nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008 e a medalha de prata (50m costas classe S4) nos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004.


Leia também: CNH de pessoa com deficiência e as isenções de IPVA, ICMS, IPI e IOF

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