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Diversidade e Inclusão

ONU cobra empenho mundial sobre os direitos da pessoa com deficiência

Fórum Social reuniu 80 países nesta semana em Genebra, inclusive o Brasil. "Diálogo, representação, participação e necessidades urgentes foram os pontos principais do evento", destaca a terapeuta ocupacional Vanessa Madaschi.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:

Vanessa Madaschi é terapeuta ocupacional da Inclusão Eficiente. Imagem: Divulgação Foto: Estadão

O mundo precisa colocar em prática a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, que completa dez anos em 2016 e já foi ratificada por 168 nações. Esse foi o principal apelo do Fórum Social realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta semana em Genebra, na Suíça, com a participação de 80 países, inclusive o Brasil.

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Reunidos entre os dias 3 e 5 de outubro, representantes do poder público, organizações filantrópicas, de ensino, empresas e outras instituições discutiram temas como o acesso à educação e à justiça, o papel da mídia e questões psicossociais, com ênfase na situação de grupos com maior vulnerabilidade, como mulheres, crianças com deficiência e pessoas em situação de miséria.

"Em todas as falas, a participação e a funcionalidade, o direito à autonomia e os esforços de cada país nesse sentido receberam destaque, mas o que fica é a nossa responsabilidade em fazer a diferença, promover essa mudança em todos os contextos de atuação, principalmente para quem trabalha com educação", afirma a terapeuta ocupacional da Inclusão Eficiente, Vanessa Madaschi, que participou do evento.

 Foto: Estadão

Segundo Vanessa, apesar de ser um direito reconhecido na convenção, a educação inclusiva ainda não é realidade em muitos países, até mesmo na Suíça. "Abre portas para autonomia, cidadania e sobre todos os outros direitos. Trata-se de uma causa que precisa do empenho e da mobilização de todos os grupos para se tornar realidade, no Brasil e nos demais países", diz a terapeuta.

A brasileira afirma ainda que o direito à escola inclusiva foi amplamente debatido, mas muitos países signatários da convenção ainda não colocam em prática. "A educação é fundamental para diminuir as diferenças sociais e econômicas que tanto prejudicam as pessoas com deficiência. É um exemplo de que estamos avançando nesse sentido, mas ainda há muito a ser feito".

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O papel de cada país e as suas responsabilidades ganharam destaque no último dia de debates, com atenção especial à 'Agenda 2030'. Kate Gilmore, do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, reforçou que só a participação da sociedade civil, cobrando os direitos já assegurados, pode garantir mudanças efetivas.

 Foto: Estadão

"Precisamos promover parcerias, estimular universidades e empresas, mas também reconhecer falhas do poder público e recorrer à legislação sempre que necessário. Com um diálogo robusto e medidas efetivas, garantimos o cumprimento e o avanço de todos esses direitos", afirmou Gilmore. "A proteção dos direitos humanos está acima de qualquer política, são fundamentais e invioláveis, um projeto de mente e coração. Se após essa semana seus olhos continuam secos e seu coração endurecido, algo deu errado. Direitos humanos e dignidade são para todos", concluiu.

A comitiva brasileira foi liderada pela secretária nacional da Pessoa com Deficiência, Rosinha do Adefal, que falou sobre o papel dos Jogos Paralímpicos na quebra de estereótipos. Também participou o ministro da Cultura, Marcelo Calero, que destacou os investimentos em acessibilidade nas bibliotecas e em obras literárias. E a jornalista Beatriz Azeredo, da TV Globo, discursou sobre o papel da mídia na representação social da pessoa com deficiência.

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