Luiz Alexandre Souza Ventura
26 de março de 2022 | 13h54
Além dos abrigos, é necessário ter produtos de higiene, atendimento médico, roupas, alimentação e aconselhamento para traumas psicológicos. Foto: Joni & Friends.
Após coordenar seis operações e resgatar mais de 300 pessoas com deficiência na Ucrânia, a organização Joni & Friends, dos Estados Unidos, prevê dificuldades para manter os refugiados ucranianos com deficiência por longos períodos nos países europeus que abriram suas fonteiras.
Aproximadamente 2,7 milhões de pessoas com deficiência vivem na Ucrânia. Um mês após a invasão da Rússia e o começo da guerra, não há informações oficiais sobre o total resgatado ou quantas continuam no país.
“Não sabemos como a situação vai ficar, quanto tempo irão permanecer em uma nação estrangeira. Se a guerra continuar por meses, os países europeus não poderão cuidar de todas as pessoas com deficiência”, afirma a instituição.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados diz que mais de 3,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa. Mais de 2 milhões entraram na Polônia, onde uma integrante da Joni & Friends distribui referições e providencia quartos em hotéis aos refigiados com deficiência, até que um transporte leve grupos para estadias mais prolongadas na Alemanha e na Holanda.
Segundo a ONG, na Polônia, universidades, albergues estudantis e moradores estão abrindo suas casas para abrigar pessoas. Na Holanda, diz a organização, a estrutura montada tem capacidade para receber 400 refugiados com deficiência e 118 já chegaram.
As operações de resgate podem durar um dia inteiro e as viagens são feitas de carro. Além dos abrigos, é necessário ter produtos de higiene, atendimento médico, roupas, alimentação e aconselhamento para traumas psicológicos.
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