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Diversidade e Inclusão

"Precisamos ocupar todas as redes", diz Jeffinho Farias

Ator fala ao #blogVencerLimites sobre a importância da acessibilidade nas produções de audiovisual e da representatividade para a população com deficiência nas mídias sociais. Artista é cego, ganhou fama na 'A Praça é Nossa', do SBT, e destaca em apresentações ao vivo as situações que pessoas com deficiência visual enfrentam no cotidiano.

Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:

Ouça essa reportagem com Audima no player acima, acione a tradução do texto em Libras com Hand Talk no botão azul à esquerda ou acompanhe o vídeo no final da matéria produzido pela Helpvox com a interpretação na Língua Brasileira de Sinais.


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O ator Jeffinho Farias quer ampliar sempre os acessos ao material que produz e compartilha na internet. No mês passado, lançou 'O Cego Vendo Futebol', gravação de uma apresentação de Stand up Comedy, com audiodescrição, legendas e interpretação em Libras, mas os recursos acessíveis não encerram a necessidade de incluir cada vez mais.

"O vídeo está no Youtube, mas não só nele. É sempre uma opção minha liberar os conteúdos nas mais diversas plataformas para que ele não fique restrito. Então, o vídeo se propõe a ser acessível também nessa linha. Descobrimos depois que era um vídeo inédito nesse formato, com esse conteúdo", diz o artista em entrevista ao #blogVencerLimites sobre a importância da acessibilidade nas produções de audiovisual e também da representatividade nas redes sociais para as pessoas com deficiência.

"O fato de eu ser um comediante cego é também um bom exemplo de o quanto é importante valorizarmos a diversidade humana. É mostrar o talento da pessoa com deficiência e permitir, na outra ponta, que a pessoa com deficiência também possa consumir informação e entretenimento e se sentir representada. A ideia é que possamos ocupar todas as redes, de maneira plena e universal de fato", afirma o artista.

O vídeo tem interpretação na Língua Brasileira de Sinais por Laura Alcântara, audiodescrição de Patrícia Saiago, edição de Luiz Felipe Farias e produção de Carlos Paes.

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https://youtu.be/9IuTq1v7yHo


"Para alcançar a acessibilidade, os vídeos passam por etapas. O valor acrescentado em cada uma delas vai depender o tamanho do vídeo e do volume necessário para suprir o que se é falado e mostrado. Sendo assim, o conteúdo já é considerado acessível quando tem legenda. Isso acrescenta cerca de 15% no valor. Para a segunda etapa, a inclusão do Intérprete de Libras, eleva em cerca de 20%. O que é mais caro é a audiodescrição, porque ela depende do profissional e de um estúdio minimamente estruturado. É necessário um especialista em som para mixar o áudio e deixar o volume da audiodescrição exatamente igual ao registrado no vídeo. Depois entra uma supervisão, feita por uma pessoa cega, para identificar se o trabalho ficou compreensível e adequado. Todo esse aparato gera um custo mais alto, que pode representar de 50% a 100% do valor do vídeo", detalha Jeffinho.

"O impacto é saudável. É claro que tudo depende da produção do conteúdo e a proposta do canal, mas certamente é possível. Não é nada astronômico ou que inviabilize uma pessoa que tenha o mínimo de estrutura e queira fazer um vídeo totalmente acessível. Então, para produtores que vão postar seu vídeo e já tenham mão de obra para edição e equipe técnica, por exemplo, e você incorporar esses profissionais para fazer uma audiodescrição, legendar seus vídeos, tanto em português quanto em Libras, vai ser um impacto relativamente pequeno", ressalta o ator.

"Não tivemos dificuldade que inviabilizasse fazer. Não identificamos barreiras tecnológicas. A dificuldade é a normal de se encontrar um profissional que faça um trabalho. Na audiodescrição, há profissionais e empresas capacitadas, gabaritadas e certificadas para isso. A mesma coisa para as legendas em português e a interpretação em Libras. Então, a tarefa é contratar as pessoas para fazer parte do projeto e valorizar esses profissionais", comenta Jeffinho.

"As reações foram bem positivas. As pessoas ligadas à causa da acessibilidade me parabenizaram pela iniciativa. A galera cega me disse que curtiu. Gostaria de saber mais sobre a percepção das pessoas surdas, porque tive pouco retorno dessa comunidade", diz.

Jeffinho Farias subiu ao palco para fazer Stand up Comedy pela primeira vez aos 18 anos, no teatro Miguel Falabella, na zona norte do Rio de Janeiro. Está há sete anos no programa 'A Praça é Nossa', do SBT, com o personagem 'Zé Olhinho' no quadro dos três malandros. Também é palestrante e lança em breve o livro 'Eu Decidi Enxergar'.


https://youtu.be/6RHR0-tylGk


Vídeo produzido pela Helpvox com a versão da reportagem na Língua Brasileira de Sinais gravada pelo intérprete e tradutor Gabriel Finamore.


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