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Diversidade e Inclusão

Senai reforça programa inclusivo na pandemia

Investimento em acessibilidade digital para cursos à distância garante continuidade de aprendizado a alunos cegos e surdos. Mais de 230 mil estudantes com deficiência já passaram pela instituição nos últimos 13 anos.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
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ABERTURA EM LIBRAS (EM GRAVAÇÃO)


Ouça essa reportagem com Audima no player acima, acione a tradução do texto em Libras com Hand Talk no botão azul à esquerda ou acompanhe o vídeo no final da matéria produzido pela Helpvox com a interpretação na Língua Brasileira de Sinais.


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A pandemia de covid-19 e as medidas de distanciamento e isolamento social causaram um grande ruptura em projetos de educação inclusiva por todo o País. Além das dificuldades para uma adaptação quase imediata à rotina de aulas em casa, a exclusão digital criou, para muitas pessoas com deficiência, barreiras impossíveis de derrubar. Por isso, muita gente simplesmente desistiu do ano letivo ou do curso que frequentava.

Instituições que têm estrutura, recursos e interesse real na inclusão buscaram mecanismos ou criaram soluções próprias para não deixar ninguém pelo caminho.

Um exemplo desse esforço vem do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, que fortaleceu e reinventou o Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI) e investiu em recursos de acessibilidade digital para garantir a continuidade do aprendizado a alunos cegos e surdos.

"Estamos fazendo um esforço há quase duas décadas para transformar as nossas escolas em escolas acessíveis. O SENAI digital auxilia a criar novas possibilidades para os alunos se desenvolverem, independentemente do lugar em que estejam, na carreira e na profissão", explica Adriana Barufaldi, gestora nacional do PSAI.

"A oferta à distância é exatamente para auxiliar o acesso das pessoas com deficiência aos conteúdos. Cada aluno que a gente forma, sabemos que é uma porta que abre para um futuro profissional, uma carreira, um desenvolvimento. É uma barreira a menos para essa pessoa com deficiência", diz Adriana.

Libras - O material usado pelo SENAI nos cursos EaD foi transformado em vídeos com interpretação na Língua Brasileira de Sinais pela professora de Libras Alessandra Miranda Fidélis.

O projeto surgiu de uma demanda das federações do Acre e de Rondônia. Por meio de um edital nacional da Central de Tutoria e Monitoria para cuidar do gerenciamento de cursos online, o SENAI Goiás foi selecionado e, desde julho, trabalha na iniciativa.

As aulas da primeira turma começaram na semana passada, no curso de 'Qualificação Profissional: Assistente Administrativo', que tem nove alunos surdos do Acre e 13 de Rondônia. As mesmas aulas são acompanhadas por pessoas com deficiência visual e por estudantes sem deficiência, até dezembro.

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"Consideramos a singularidade linguística de cada um, traduzindo os termos específicos da indústria, utilizando tecnologias assistivas, glossários de termos técnicos em formato digital e interativo (SENAI Libras app), aplicando o método de acessibilidade curricular. A ideia é proporcionar aprendizagem com autonomia para as pessoas que entram nos nossos cursos, tornando os conteúdos totalmente acessíveis também em Libras", comenta a gestora.

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"Com a pandemia, a gente entende que os cursos EaD são uma forma essencial de estudar, por serem remotos, além da pessoa poder escolher o horário que ela vai fazer. Porém, eles não estavam adaptados para alunos surdos e cegos", diz Paulo de Sá Filho, coordenador técnico de EaD no núcleo de educação a distância de Goiás.

Já foram traduzidos para Libras os módulos de 'Qualificação Profissional: Assistente Administrativo' e 'Aperfeiçoamento Profissional: Qualidade de Atendimento ao Cliente'. Está na fase de planejamento de produção o curso 'Qualificação profissional: Eletricista Industrial', para lançamento até o fim do ano.

"Para muitos surdos, o português não é uma língua acessível. Para a adaptação, é preciso estudar os documentos dos cursos, os conteúdos e, em seguida, fazer os vídeos" explica a professora Alessandra Miranda Fidélis.

Os estados interessados nos cursos inclusivos devem procurar o SENAI Goiás. Pessoas com deficiência auditiva podem entrar em contato com a unidade do SENAI em seu estado para fazer inscrição. 

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Deficiência visual - Para os alunos cegos ou com baixa visão, o SENAI teve apoio do Serviço Social da Indústria (SESI) para a implementação de softwares acessíveis. Na escola SENAI Ítalo Bologna, em Itu, no interior de SP, todo o conteúdo do novo curso de 'Técnico de Informática para Web' foi adaptado. Tem duração de um ano e meio, em formato híbrido, com aulas EaD e eventos presenciais. O material adaptado está disponível para qualquer unidade do SENAI no Brasil.

"Nós começamos a buscar material e transcrever livros para o braille, agora estamos com a transformação em áudio dos conteúdos escritos. Além da impressão, também fizemos a acessibilidade do programa e da metodologia com softwares", detalha Helvécio Oliveira, diretor da escola. 

Na pandemia - O SENAI SP já registrou, até julho, mais de 6 mil matrículas de estudantes com deficiência. Em 2019, foram mais de 10 mil. A escola de Itu tem um núcleo de braile que apoia as escolas de outras regiões, além do Instituto SENAI de Tecnologias Assistivas, que atende todo o Brasil. Nos últimos 13 anos, 232 mil alunos com deficiência já passaram pelas salas de aula do SENAI no País.


REPORTAGEM COMPLETA EM LIBRAS (EM GRAVAÇÃO)

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Vídeo produzido pela Helpvox com a versão da reportagem na Língua Brasileira de Sinais gravada pelo intérprete e tradutor Gabriel Finamore.


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