Os investimentos em soluções de acessibilidade, comunicação e interação entre pessoas com deficiência e a sociedade têm ganhado força em vários setores, principalmente nas telecomunicações, não somente pela responsabilidade social das empresas, mas também para alavancar negócios.
E a parceria de grandes corporações com empreendedores no desenvolvimento desses aplicativos é uma realidade crescente do setor. No caso da TIM Brasil, que mantém um programa de inovação para conversar com startups e o mundo acadêmico, a primeira grande aposta é o 'Giulia', que traduz os movimentos da Libras (Língua Brasileira de Sinais) para áudio em português.
"O aplicativo combina três itens transformadores na sociedade: conectividade, uso do smartphone e a inclusão. Essa união permite o uso da solução para empoderar as pessoas com deficiência auditiva na relação de trabalho", diz Janílson Bezerra, diretor de inovação e novos negócios da TIM Brasil.
Bezerra afirma que as relações entre pessoas com deficiência, que consomem produtos e serviços, e as empresas prestadoras vão se intensificar. "São clientes de qualidade, fiéis, que reconhecem o valor dessas soluções e aplicativos, avaliam seus gastos com cuidado, fazem compras conscientes, tomam suas decisões com base nos dilemas que encontram no dia a dia", afirma.
"É sim uma alavanca de negócios porque a pessoa com deficiência, quando tem acesso ao trabalho, tem renda, salário, maior capacidade de interação e até de empreender, é capaz de quebrar barreiras e gerar valor", ressalta o executivo.
Para o diretor da TIM, muitas empresas não conseguem cumprir as exigências da Lei nº 8.213/1991, a chamada Lei de Cotas, porque não têm as ferramentas adequadas para promover integração, comunicação e fluidez no trabalho.
"Se a indústria souber utilizar os mecanismos adequedos, consegue obter da pessoa com deficiência a melhor performance possível", comenta Bezerra.
O investimento da TIM no 'Giulia' mostra que há um envolvimento mais aprofundado com o público formado por pessoas com deficiência, uma descoberta desse consumidor. "Smartphones são grandes hubs (concentradores) tecnológicos, mas o usuário acaba esquecendo do que existe por trás desse funcionamento. E o desafio do aplicativos é usar todos os recursos desses aparelhos", diz o diretor.
Com o Giulia instalado no smartphone, o usuário prende o aparelho ao antebraço com uma braçadeira equipada com sensor. A pessoa faz os sinais, que são imediatamente traduzidos em áudio para a língua portuguesa. O app também intepretação em Libras as palavras de uma conversa.
O aplicativo tem base em inteligência artificial. A braçadeira capta os sinais biológicos dos músculos do antebraço e da mão, transmite por bluetooth ao smartphone em áudio e sinais executados por um avatar. O Giulia tem ainda funções como despertador, babá eletrônica, conferência e até emergência.
A ação faz parte de uma série de iniciativas do programa TIM Acessível, que promove o acesso de pessoas com deficiência ao mercado de trabalho e a inclusão por meio da tecnologia. A empresa investe no talento de pessoas com deficiência e na educação inclusiva. No ano passado, a operadora lançou os 'Emoti Sounds', figuras com áudio real que apresentam ao usuário a verdadeira emoção do ícone usado, projeto desenvolvido com colaboração do Instituto Benjamin Constant.
O #blogVencerLimites foi ao Rio de Janeiro, a convite da TIM Brasil, para conhecer os detalhes da parceria, apresentados nesta terça-feira, 13, na sede do INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).
"A meta é ampliar a acessibilidade ao dar visibilidade e capilaridade ao projeto, oferecendo especialmente a empresas uma solução inovadora para ampliar a inclusão de pessoas com deficiência no quadro de colaboradores", disse Janilson Bezerra durante o evento. "Queremos identificar e trabalhar em parceria com empresas interessadas em negócios complementares", destacou o executivo.
"Muitas pessoas com deficiência auditiva, principalmente aquelas que nascem surdas nos estados mais pobres, não foram alfabetizadas. Isso exclui do acesso à Educação, criando uma dificuldade ainda maior de ascensão social", afirma o professor Manoel Cardoso, líder do projeto.
O aplicativo está livre para download no Google Play. Alguns smartphones ainda não suportam a tecnologia. No site do 'Giulia' está uma lista de dispositivos que aceitam o software.