A cidade de Sorocaba, no interior de SP, tem o primeiro time de futebol totalmente formado por jogadoras amputadas no Brasil. Criada há dois meses, a equipe ainda não ganhou nome, mas já estabeleceu uma rotina de treinos semanais e aguarda a reunião de outros clubes para a disputa de um campeonato.
O técnico Paulo Vasconcelos, idealizador da formação da equipe, explica que uma das barreiras para a concretização da ideia foi a concepção equivocada de que o futebol é uma modalidade para homens. Algumas atletas jogavam em grupos masculinos.
"Foi desafiador incentivá-las a aderirem ao esporte como ferramenta de inclusão e trazê-las para dentro do campo. Para deixá-las mais à vontade, foi montada uma comissão técnica somente com mulheres", diz o treinador.
A técnica é Beatriz Ramos. Fazem parte da equipe de 11 atletas Hetieli, Viviane Aguera, Selma, Letícia Adum, Letícia, Jussara, Amália, Katiane, Rafaela e Eliana, além de Vivi Antunes, a pioneira do time, primeira mulher a marcar um gol em jogo oficial, quando integrava um time masculino.
O Futebol de Amputados foi criado em 1980, nos Estados Unidos. A modalidade chegou ao Brasil em 1986, por intermédio de João Batista Carvalho e Silva, treinador da primeira equipe de Futebol de Amputados da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF).
No mesmo ano foi disputada a primeira competição brasileira, na cidade de Linhares (ES), com partida entre a equipe da ANDEF e do Clube dos Paraplégicos. A Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA) nasceu em 1990.
O Brasil é tetracampeão mundial de Futebol de Amputados (1999, 2000, 2001 e 2005) e uma das potências internacionais da modalidade.