Depoimento de Carlos Eduardo Bueno*, exclusivo para o #blogVencerLimites.
Descobri que sou autista na idade escolar. Foi quando os desafios começaram.
Sofri discriminação durante toda minha vida na escola, mas fui muito bem acolhido por poucos e bons amigos, professores e funcionários.
A inclusão, tão importante em nossas vidas, surgiu nas duas escolas em que estudei. Foram pessoas que combateram preconceitos e a exclusão.
Mas os desafios continuam.
Estou noivo de uma pessoa com deficiência, como eu. Cinthia, minha princesa, tem paralisia cerebral. No início do namoro, nos deparamos com várias formas de preconceito. Nos machucava fundo, chorávamos muito.
Hoje, conscientes de que as pessoas não vão mudar, isso não nos atinge tão forte como antes.
Me sinto privilegiado por trabalhar em uma empresa inclusiva. Há dois anos, o McDonalds tem contribuído para minha autonomia. Mesmo na pandemia, muitos empregos, incluindo o meu, foram mantidos, apesar dos sucessivos fechamentos para frear o vírus.
Eu e Cinthia, minha amada princesa, tivemos um bom noivado. E quem nos criticou verá nosso casamento no próximo mês.
Os desafios continuam, entre eles, lidar com o preconceito, mas vamos conquistando cada vez mais autonomia. Sou grato a Deus por esse presente maravilhoso, minha princesa Cinthia, que está junto comigo nessa luta por inclusão.
Sou autista e isso nunca impediu minhas realizações. Ter deficiência não será barreira para as nossas conquistas.
*Carlos Alves Eduardo Bueno, de 28 anos, mora em Pouso Alegre (MG). Trabalha em uma unidade do McDonalds. Ele foi o personagem principal da reportagem de número 1.000 do #blogVencerLimites. Está noivo de Cinthia Matos Santos, de 35 anos, que mora em Guanambi (BA). Ela tem paralisia cerebral. O casal se conheceu em eventos da igreja. São testemunhas de Jeová. No próximo dia 7 de maio, vão se casar, em Pouso Alegre.
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