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Diversidade e Inclusão

Startup derruba o capacitismo com uso da neuropsicologia

Método inovador da Avulta quebra o preconceito da empregabilidade operacional para pessoas com deficiência e atrai principalmente candidatos com ensino superior para cargos analíticos e estratégicos. Ferramenta online faz avaliação funcional e identifica o perfil cognitivo para um "match profissional" com a corporação que oferece a vaga. Atendimento da empresa foi ampliado neste ano por meio da franqueadora Startup Win.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
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Para quem sabe pouco sobre o Transtorno do Espectro Autista e costuma fazer uma relação imediata e definitiva com dificuldades de socialização e até com a incapacidade de falar, encontrar uma pessoa autista trabalhando no setor de comunicação de uma empresa, provavelmente, será uma surpresa.

Esse profissional foi identificado pela Avulta, startup de tecnologia para inclusão no mercado de trabalho, por um método exclusivo e inovador que aplica a neuropsicologia, quebra o preconceito da empregabilidade operacional para pessoas com deficiência e derruba o capacitismo.

"O clichê 'temos que observar a capacidade e não a deficiência' é muito importante, mas na prática isso é difícil porque apresentar o potencial de uma pessoa pode ser complexo quando você não consegue avaliar esse potencial", diz Emmanuelle Fernandes, fundadora e diretora executiva (CEO) da Avulta. "O mercado de RH não tem ferramentas de avaliação acessíveis para pessoas com deficiência, o que torna ainda mais difícil apresentar esse potencial para as empresas", afirma.

Diante desse cenário, a Avulta construiu um sistema totalmente acessível para pessoas com deficiências auditivas, visuais, físicas e intelectuais (clique aqui para se cadastrar) que aplica técnicas da neuropsicologia para avaliar o perfil cognitivo dos candidatos, que não precisam pagar pelo serviço.

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"Após o cadastro, esse candidato passa por uma longa avaliação neuropsicológica, uma espécie de anamnese online, preenche um extenso formulário, que tem três seções muito importantes - vida acadêmica e profissional, saúde laboral, pretensões e metas - para depois fazer um teste cognitivo. Com esses dados, construímos um perfil do candidato, com informações sobre atenção, memória, percepção, raciocínio lógico e outros detalhes, para identificar de que maneira essa combinação favorece o desempenho em determinada área de atuação", explica a fundadora da Avulta.

"No caso da pessoa autista, o profissional tinha perfil e muito interesse em trabalhar na área de comunicação. O estereótipo leva a acreditar que essa seria a última possibilidade para esse candidato, mas ele foi contratado como analista de comunicação em uma empresa de tecnologia de São Paulo. Foi escolhido porque conseguimos mostrar, cognitivamente, que ele tem raciocínio verbal muito bem desenvolvido, vocabulário extenso, criatividade para ilustrar o que era apresentado em texto e muitas habilidades para a função", conta a diretora.

Em outro exemplo citado por Emmanuelle Fernandes, uma profissional com deficiência física que tinha alta capacidade de persuasão e apurado raciocínio lógico pela percepção auditiva - capacidade de elaborar estratégias a partir do que escuta -, além de uma formação abrangente e completa, conquistou um cargo de gerente comercial e comanda uma equipe de mais de 30 integrantes.

Empresas que oferecem as vagas também se cadastram no sistema da Avulta. Elas recebem um "match" dos candidatos com perfis para a função divulgada, o que facilita a busca, reduz o tempo do processo seletivo e o candidato recebe as vagas compatíveis com o seu perfil.

"A empresa não consegue usar um ou outro tipo de deficiência como critério de busca" afirma Emmanuele Fernandes. "Somos uma empresa de impacto social, praticamos valores abaixo da média do mercado porque conseguimos reduzir nosso custo operacional com o uso da tecnologia. Embora tenhamos fins lucrativos, entendemos que é necessário difundir essa invocação para recrutamento e seleção inclusivos", defende a diretora.

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Capacitismo - Para a fundadora da Avulta, a melhor estratégia de combate ao capacitismo é a neurociência. "Dentro do conceito de neurodiversidade, ou plasticidade cerebral, a mesma pessoa pode desenvolver diversas habilidades, independentemente da estrutura fisiológica que apresenta, com vários fatores de impacto, o que desvencilha do estereótipo criado por determinado diagnóstico. A contratação de uma pessoa autista para uma vaga de comunicação mostra isso", avalia a especialista.

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No banco de candidatos da Avulta, 90% dos profissionais cadastrados têm ensino superior. "Sempre destacamos às empresas que não haverá interesse em vagas operacionais porque não temos trabalhadores com esse perfil no sistema. Nossa meta é a inclusão acertiva, com a pessoa trabalhando na função para qual se qualificou, com a qual se identifica e tem habilidades congnitivas para exercer", diz. "A formação acadêmica não é o preditor do potencial do candidato. O perfil cognitivo é a base do match", ressalta Emmanuele Fernandes.

Desde outubro de 2018, a Avulta mediou a contratação de 287 profissionais com deficiência para cargos em 15 empresas de cinco Estados (Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo).

Em março deste ano, o atendimento foi ampliado por meio da Startup Win Franchise. "Nosso franqueado pode trabalhar em todo o Brasil, sem precisar ficar preso a uma área ou cidade", destaca André Justino, CEO da Startup Win.

Os franqueados escolhem uma startup ou várias, em diversos segmentos, com subsídio de 50% da taxa de franquia, passando de R$ 30 mil para R$ 14.900,00 até o final de agosto.

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Empreendedores interessados devem entrar em contato com pelo (31) 98826-4692 ou no comercial@startupwin.com.br.

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