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Diversidade e Inclusão

Telemedicina para evitar deficiências

Uso de tecnologia avançada no tratamento intensivo de bebês nos primeiros momentos de vida ajuda na prevenção de sequelas neurológicas. "Não há vitória em promover a vida se não conseguimos promover qualidade de vida", diz o médico brasileiro Gabriel Variane, que fundou a PBSF, empresa especializada no monitoramento cerebral em UTI neonatal.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
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Evitar deficiências com a redução das sequelas de condições neurológicas é a essência do trabalho de monitoramento cerebral de bebês. O uso de tecnologia avançada e a participação de especialistas nesse acompanhamento pode ajudar a atenuar as consequências do parto prematuro ou de imprevistos durante e após uma gestação sem dificuldades.

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Essa é a proposta da PBSF (Protecting Brains & Saving Futures) - ou Protegendo Cérebros, Salvando Futuros -, empresa brasileira que nasceu em 2016 e já beneficiou mais de 1.300 crianças em hospitais públicos e privados.

"Existe um problema gigantesco de risco para bebês recém-nascidos que desenvolvem sequelas neurológicas, provocando um impacto social e econômico devastador em uma população bem maior do que está registrado", afirma o médico pediatra Gabriel Variane, especializado em UTI neonatal neurológica e fundador da PBSF.

"Várias intervenções têm sido propostas em todo o mundo para lidar com esse cenário. Isso é aplicável no Brasil por meio da tecnologia", comenta o especialista.


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CUSTO DAS DEFICIÊNCIAS - "Mais de 50% dos custos atuais com saúde são aplicados no tratamento de doenças crônicas neurogenerativas. Se observarmos a situação dos recém-nascidos, especialidade com grande avanço, houve muita redução na mortalidade, mas o grande foco neste momento é a promoção da qualidade de vida", explica Vaniane.

"As sequelas neurológicas, como a paralisia cerebral, introduzem na sociedade uma pessoa com doença crônica, com forte impacto na família. Não há vitória em promover a vida se não conseguimos promover qualidade de vida", defende o pediatra.

As duas principais causas de sequelas neurológicas em bebês são o nascimento prematuro e a asfixia (falta de oxigênio) durante o parto ou momentos antes da criança vir à luz.

"Todo ano, no mundo, 1,15 milhão de bebês têm asfixia e 13 milhões são prematuros. Sendo que 230 mil desses bebês com falta de oxigênio e 350 mil que nasceram antes do período recomendado vão desenvolver sequelas neurológicas importantes", explica o fundador da PBSF.

"O Brasil tem aproximadamente 3 milhões de recém-nascidos ao ano. Desse total, entre 15 mil e 25 mil bebês vão ter asfixia, o que equivale a quase dois bebês por hora, e 33% terão sequelas neurológicas severas", revela Gabriel Variane. "No caso dos prematuros, são 340 mil todo ano no nosso País. E aproximadamente 18 mil que nascem com menos de um quilo", ressalta o médico.

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IMPACTOS ECONÔMICOS - Estudos internacionais recentes estimam que o custo indireto - por causa da improdutividade de quem convive com sequelas neurológicas severas - chega a US$ 77 bilhões somente nos Estados Unidos, considerando todos os gastos durante toda a vida dessas pessoas.

Ainda não há estudos semelhantes no Brasil, mas é possível dimensionar esse gasto anual com base na concessão do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

"Quando surgiu, em 1996, o BPC pagou R$ 150 milhões aos seus beneficiários. Em 2008, mais de uma década depois, esse montante chegou a R$ 7 bilhões", diz Variane.

"Seguindo esse crescimento, em 2015, o total seria de R$ 16 bilhões. No entanto, dados do Ministério do Desenvolvimento Social constatam que, em 2014, havia 3,5 milhões de cidadãos recebendo o BPC. E pessoas com deficiência formavam a maior parte desse grupo. O custo total foi de R$ 35 bilhões, sendo R$ 19 bilhões pagos a pessoas com deficiência", afirma o médico.

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BPC E AS SEQUELAS NEUROLÓGICAS - Do total de pessoas que receberam o Benefício de Prestação Continuada em 2015, crianças e adolescentes são maioria (22%), com pagamento de R$ 4,7 bilhões somente para essa parcela de beneficiários. "Deficiências adquiridas em crianças e adolescentes têm origem no período de nascimento", comenta o empresário.


 Foto: Estadão


TECNOLOGIA AVANÇADA - Novas estratégias tem sido usadas em todo o mundo para acompanhar bebês de alto risco. "Como ainda não é possível regenerar neurônio, eu posso fazer diagnóstico precoce para evitar a continuidade da lesão ou atuo com a neuroproteção e evito que essa lesão se instale", explica o fundador da PBSF.

No caso da neuroproteção, um tratamento chamado Hiportemia Terapêutica, por exemplo, com resfriamento do bebê logo após o nascimento para uma temperatura em torno de 33ºC ou 34ºC, durante três dias, e reaquecimento gradual, gerou redução de 25% na mortalidade, de 33% nos danos neurológicos graves e de 35% na ocorrência de paralisia cerebral, além de aumentar em 65% o número de bebês sem qualquer tipo de dano neurológico.

A empresa aplica mais três metologias: Video Eletroencefalograma de amplitude integrada associado a EEG bruto (aEEG/EEG), Polissonografia e também a NIRS (Near Infrared Spectroscopy), que consiste na avaliação hemodinâmica cerebral para varificar oxigenação e fluxo sanguíneo.

Tudo isso faz parte da Central de Vigilância e Inteligência (CVI), com equipes centralizadas na sede da PBSF para apoiar diagnósticos e acompanhar sinais durante as 24 horas do dia. Essa estrutura permite antecipar o diagnóstico e melhorar a ação médica na UTI.

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A companhia está presente atualmente na Santa Casa de São Paulo, Santa Casa de Santos, Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), Pro Matre Paulista, Perinatal (Barra, Laranjeiras e Icaraí - Rio de Janeiro), UTI Neonatal Nicola Albano (Campos dos Goytacazes/RJ), Hospital SEPACO e Hospital Regional Jorge Rossmann, ambos em SP.


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