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O programa Diversidade+ (diversidademais.com.br) reúne empresas e o poder público de Uberlândia, na região oeste de Minas Gerais, a 537 quilômetros de Belo Horizonte. Nasceu para tentar ampliar a presença de pessoas com deficiência no mercado de trabalho local, desafio de todos os municípios brasileiros, inclusive as principais metrópoles do País.
A cidade é referência em acessibilidade urbana, mas sua força de trabalho formada por pessoas com deficiência permanece na invisibilidade. "Uma das questões que surgiram antes de estruturamos a iniciativa foi justamente saber por que pessoas com deficiência, muitas delas qualificadas, não conseguiam entrar no mercado de trabalho", afirma Eliane Melgaço, vice-presidente de gente do Grupo Algar, uma das empresas que idealizaram o projeto.
"Promovemos uma grande mobilização social envolvendo diversas instituições representativas de classes, traçamos uma estratégia para entender como podíamos atrair esses profissionais e identificar o que precisávamos mudar para encontrá-los da mesma forma como já fazíamos com qualquer outra vaga", explica a executiva.
ESTRATÉGIA - Participam da ação 18 empresas, além da Prefeitura de Uberlândia e do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (COMPOD). Poder público, instituições e companhias estruturaram um programa para identificação das pessoas com deficiência da cidade.
Entre as ações estão divulgações constantes nas principais instituições públicas e privadas do município, além de propagandas em 50 ônibus da cidade. Também foram criados quatro canais de atendimento: quiosque, call center, um aplicativo (Android e iOS) e uma página na internet.
A meta é identificar as pessoas com deficiência, cadastrar meios de contato, detalhar a formação dessas pessoas, conhecer as qualificações e experiências profissionais para direcionar aos processos seletivos já abertos ou encaminhar para projetos de qualificação profissional.
As próprias pessoas com deficiência cadastradas no Diversidade+ ajudam a aprimorar essas plataformas de contato, especialmente o aplicativo. As empresas participantes estudam ampliar o programa para outras regiões do Brasil onde atuam.
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CAPTAÇÃO E CONTRATAÇÃO - De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Uberlândia tem aproximadamente 30 mil moradores com deficiência. Segundo dados da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, 3.500 vagas de emprego formal devem ser preenchidas por trabalhadores com deficiência.
O projeto Diversidade+ contabilizou apenas 800 vagas ocupadas, recebeu 1.200 inscrições, já conseguiu a contratação mais 20 profissionais com deficiência e tem 300 processos seletivos em andamento. A expectativa é preencher 1.300 novos cargos em dois anos.
SEM RESTRIÇÕES - Todas as vagas abertas nas empresas entram na página do Diversidade+. Não há uma seleção exclusiva para pessoas com deficiência. Entre os segmentos estão saúde, tecnologia da informação, telecomunicações, agronegócio, construção civil, máquinas e equipamentos, em posições como advogado, desenvolvedor, analista contábil e supervisor de relacionamento.
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