A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) lançou nesta semana a nova edição do 'Dicionário da Língua Brasileira de Sinais - Libras em suas mãos'. Editado em três volumes, incorpora sinais de todas as regiões brasileiras, principalmente Nordeste, Sul e Distrito Federal (para comprar, clique aqui).
São mais de 13.400 sinais, com ênfase nas áreas de medicina, geografia e tecnologia da informação, a partir de informações coletadas de surdos que usam Libras como único e exclusivo meio de comunicação.
Os sinais ganharam entradas lexicais individuais, com verbetes correspondentes ao sinal em português e inglês, definição do significado do sinal e dos verbetes, ilustrações e descrição detalhada da forma do sinal, além de exemplos ilustrativos do uso apropriado do verbete.
A publicação traz a soletração digital em Libras por meio da fonte Capovilla-Raphael, permitindo que uma criança surda possa analisar a composição das palavras escritas e convertê-las para letras em formas de mão.
Há também o registro de sinais diferentes utilizados em Estados diferentes e um mesmo sinal que pode ser usado em diversos Estados brasileiros.
"Os surdos têm se tornado cada vez mais afluentes, influentes, especializados e cultos", diz Fernando Capovilla, coordenador e orientador do programa de pesquisa lexicográfica em Libras e co-autor do dicionário, junto com Walkiria D. Raphael, Janice G. Temoteo e Antonielle C. Martins, todos pesquisadores do Instituto de Psicologia da USP.
"Esse dicionário é de enorme importância para o dia a dia de estudantes e profissionais. É uma possibilidade de contribuir para a inclusão real e efetiva destes concidadãos", diz Capovilla.
Desde 2005, a Libras passou a ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia. O Laboratório de Neuropsicolinguística Cognitiva Experimental (Lance) do Instituto de Psicologia (IP) da USP mantém pesquisas sobre o tema desde 1994.