22 mortos e 28 desaparecidos no rio Pará

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Por Agencia Estado
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Subiu para 22 o número de mortos no naufrágio do barco D. Luiz XV, nesta terça-feira, no Rio Pará, próximo à cidade de Barcarena. O comando do 4º Distrito Naval em Belém informou que até o final da tarde de ontem já haviam sido resgatados 299 passageiros que estavam no barco. Outras 28 pessoas estariam desaparecidas ou teriam desembarcado em portos da região antes do acidente. O delegado João Medeiros, responsável pelo inquérito policial em Barcarena, informou que poderá pedir a prisão preventiva do gerente da embarcação, conhecido apenas como Paulo, que está foragido. Segundo passageiros, Paulo e sua tripulação navegavam sem conhecer os rios paraenses e estariam embriagados durante a viagem. Alojados no quartel da Polícia Militar em Barcarena e num centro campestre na área metropolitana de Belém, os sobreviventes voltaram a acusar o proprietário do barco pela superlotação de passageiros e excesso de carga, que teriam sido a causa do naufrágio. Segundo o capitão dos Portos da Amazônia Oriental, Jaerte Bazyl, o barco tinha capacidade para transportar 140 passageiros, mas conduzia mais de 330. "Isso foi um crime praticado contra essas pessoas", afirmou Bazyl. O barco D. Luiz XV foi alugado pela empresa Enarte para fazer a viagem de Manaus até Bélém. A Enarte pertence ao empresário e deputado estadual pelo PMDB do Pará, Antonio Rocha, que negou qualquer responsabilidade pelo acidente. "Tem que ser apurada a participação do comandante do barco", resumiu Rocha. Ironicamente, a Enarte recebeu este ano um prêmio da Capitania dos Portos do Pará e Amapá por atuar com "segurança" nos rios da Amazônia. O inquérito administrativo instaurado ela Capitania dos Portos só ficará concluído quando a embarcação for resgatada do fundo do rio, onde se encontra a 12 metros de profundidade. Uma equipe de mergulhadores tentará tirar o barco por todo o final desta semana para saber se há mais corpos de passageiros presos em seu interior.

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