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25 vias concentram 1/4 dos acidentes fatais que ocorrem em São Paulo

Número de mortes em 15 desses locais ainda aumentou em 2008, apesar da queda de 6% nos registros totais

Por Eduardo Reina e Renato Machado
Atualização:

As vias mais perigosas de São Paulo registraram aumento no número de acidentes fatais em 2008. Da lista feita pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) - e obtida com exclusividade pelo Estado - que mostra as 25 avenidas com mais acidentes fatais de trânsito, 15 tiveram aumento no número de mortos nos 12 meses do ano passado, ante apenas seis que apresentaram redução no número de acidentes com morte. Foram 380 óbitos nessas 25 vias, o que representa aproximadamente 26% das vítimas fatais em toda cidade. Isso significa que em 74% da cidade aconteceram as outras 1.083 mortes em acidente de trânsito, de forma pulverizada. De acordo com a CET, em 2008 houve diminuição de 6% no número de mortes no trânsito paulistano, passando de 1.566 em 2007 para 1.463 no ano passado. Veja mapa, gráficos e o relatório dos acidentes e mortes na cidade Todos devem ter cuidado redobrado nos 24,5 quilômetros da Marginal do Tietê, a líder no ranking de perigo nos últimos três anos. Foram 58 mortes em 2008, 48 no ano anterior e 49 em 2006. Também é na Tietê que está registrado o maior número de atropelamentos - 25 - e de colisões entre veículos - 20 -, e de 8 outros tipos de acidentes fatais não especificados. Já a via que teve a redução mais forte no número de acidentes fatais é a Avenida São Miguel, na zona leste da capital, que baixou para 9 mortos ante os 23 registrados em 2007 e os 12 de 2006. É seguida pela Estrada do M?Boi Mirim, que baixou 37,5%, de 24 em 2007 para 15 mortos no ano passado. Com forte ação na Avenida São Miguel, o policiamento de trânsito na zona leste não tem explicação para a drástica baixa no número de mortos em acidentes na via. Em toda a extensão há dois radares fixos - e de janeiro a dezembro de 2008 nenhum novo equipamento foi instalado. Para o engenheiro e especialista em trânsito Horácio Figueira, a diminuição pode ser decorrente da durabilidade de congestionamentos durante todo o dia. "De uns dois, três anos para cá, só faz aumentar o tamanho do engarrafamento. A gente fica parado no trânsito mais de meia hora só para andar três quilômetros", relatou Marcos Galvão, que mora em São Miguel, confirmando o aumento do congestionamento na via. Das 670 mortes de pedestres na capital no ano passado, a Marginal do Tietê foi responsável por 25 delas, uma média de duas por mês. No total, as 25 vias mais perigosas tiveram 168 atropelamentos fatais. Em dezembro, a CET registrou 42 atropelamentos em toda a cidade, e somente na Tietê foram 8 (19%). A Marginal do Pinheiros teve três, de um total de nove durante todo o ano. Segunda colocada na lista, a Pinheiros viu diminuir o número de mortos em toda sua extensão em 2008. Foram 29 em 2008 ante os 33 de 2007 e 37 em 2006. RODOVIAS Os dados levam em conta também os trechos urbanos de rodovias que chegam à capital. Cinco delas fazem parte do ranking das 25 vias mais perigosas, responsáveis por 61 mortes no ano passado . O trecho da Fernão Dias é o mais perigoso entre as rodovias e o quinto no total com maior registro de vítimas fatais. Foram 19 somente no ano passado, sendo 14 em decorrência de atropelamentos. "A gente sempre vê atropelamentos", diz Francisco Matos, dono de uma mercearia de frente para a rodovia, na Viela Fernão Dias, na Vila Queiroz, zona norte. Ele conta que é comum os pedestres evitarem as passarelas. "As pessoas ficam às vezes no meio do caminho entre duas passarelas. Então preferem correr o risco. Ir pela passarela é até mais perigoso porque as motos vão por lá para fazer o retorno", diz. Segundo o professor José Bento Ferreira, especialista em educação para o trânsito, da Unesp, essa situação é decorrência de um posicionamento que coloca o pedestre sempre em segundo plano em qualquer programa para melhoria de tráfego. "Parte das passarelas está em má conservação e sempre longe dos pontos de interesse dos pedestres", afirma. NÚMEROS 27.739 acidentes com feridos foram registrados 5% foram fatais 45,8% dos mortos são pedestres (670 pessoas) 32,7% (478 vítimas) são motociclistas 16,8% (246 mortos) eram motoristas ou passageiros dos veículos 69 ciclistas perderam a vida 16% é o quanto aumentou a frota paulistana no período 7.602 casos de atropelamento foram registrados 18.495 casos de colisão/choque

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