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3 feridos na retirada de ambulantes do Centro de São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

A retirada nesta terça-feira de ambulantes clandestinos da Rua 25 de Março, no Centro de São Paulo, foi violenta. De um lado, policiais, guardas-civis e fiscais. Do outro, camelôs revoltados, que revidaram com pedras e pedaços de pau e deixaram os comerciantes em pânico. "Assim não dá. Os clientes ficam inseguros e não voltam mais", disse o lojista Pem Ho, de 33 anos. Na confusão, três pessoas ficaram feridas: um guarda, um fiscal e um ambulante. A ação, que terminou com cinco pessoas detidas, é resultado da tentativa da Subprefeitura da Sé de retirar cerca de 640 vendedores ilegais da região. Além da fiscalização de rotina, a administração iniciou na manhã da última sexta-feira uma operação conjunta com a Guarda Civil Metropolitana e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A correria começou na Rua Barão de Duprat, por volta das 11 horas. Em represália aos fiscais, os camelôs percorreram as ruas pedindo o fechamento das lojas. "Na hora do arrastão, a rua estava lotada. Foi um tumulto", disse o ambulante Mauro Viveiro Silva, de 26 anos. Os camelôs também tentaram atear fogo em um caminhão da Prefeitura, estacionado na 25 de Março. Uma frasco com líquido inflamável foi jogado sobre caixas de papelão e madeira, que estavam na frente do veículo. Guardas municipais e fiscais da Prefeitura rapidamente afastaram o material do caminhão, que ficou com a placa de identificação chamuscada, e apagaram o fogo. Cerca de 80 fiscais e 150 guardas estavam no local para retirar os ambulantes irregulares. O grupo, porém, foi insuficiente para evitar a confusão. Sessenta homens da força tática da Polícia Militar tiveram de ser chamados. "Jogamos bombas de gás para dispersar o tumulto", explicou capitão Tamashiro, da 1ª Companhia da PM. Os camelôs se revoltaram ainda mais, jogando pedras e paus na direção de fiscais e agentes. O trânsito na 25 de Março foi interditado às 12 horas. O fiscal João Barbosa, de 45 anos, foi atingido por uma paulada na nuca, enquanto um policial militar foi ferido com uma pedrada na perna. O manifestante Alexandre Oliveira Silva Cavalcanti foi socorrido e encaminhado com cortes no rosto para o Hospital Vergueiro. No início da tarde, o clima de tensão na rua chegou a fazer o capitão da PM anunciar o reforço de mais cem policiais. A esquina da Ladeira Porto Geral com 25 de Março foi o ponto de maior concentração dos manifestantes. Eles só se afastaram com a chegada da força tática da PM. Para intimidar os ambulantes, dois caminhões do Corpo de Bombeiros cruzaram a rua com as sirenes ligadas, por volta das 13h30. Pouco tempo depois, o trânsito foi reaberto. Todas as pessoas detidas foram encaminhadas ao 1º Distrito Policial, mas acabaram sendo liberadas em seguida, porque os comerciantes não prestaram queixa.

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