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4 mil estão presos no exterior

Estimativa é do Ministério das Relações Exteriores

Por Renato Machado e Vitor Hugo Brandalise
Atualização:

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) estima que aproximadamente 4 mil brasileiros cumpram pena em regime fechado fora do País. O próprio MRE, no entanto, reconhece que esse número não é exato, pois muitas pessoas não comunicam Embaixadas e corpos consulares a respeito de suas prisões, por vergonha dos familiares. Dentre os brasileiros presos, há casos de condenados à morte e à prisão perpétua. Uma das condenações recentes nos Estados Unidos foi a de Jeremias Bin, em novembro, que cumpre prisão perpétua pelo assassinato de sua mulher, a também brasileira Carla Souza, de 37 anos, e do enteado Caique, de 11. Batizado na Igreja Luterana, ele contou em depoimento que sentia ciúmes da mulher por causa de sua devoção à Igreja mórmon e, por isso, matou-a com um martelo, em maio de 2006. Caique teria tentado defender a mãe. Na Indonésia, outros dois brasileiros vivem o drama da pena máxima. O carioca Marco Archer Moreira, de 46 anos, foi preso em 2003 tentando entrar no país com 15 quilos de cocaína no equipamento de voo livre. Condenado à morte em todas as instâncias, teve o primeiro pedido de clemência negado. A Suprema Corte de Justiça atualmente analisa um segundo pedido. Na mesma prisão, na Ilha de Java, outro brasileiro condenado à morte: o paranaense Rodrigo Gularte, de 36 anos, preso há cinco anos em Jacarta com 6 kg de cocaína dentro de suas pranchas. "Tentamos todos os recursos. Agora, só com autorização expressa do presidente da Indonésia", afirma Aristóteles Atheniense, vice-presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB."Continuaremos tentando sensibilizá-lo." O caso da catarinense Ângela Wress, presa em 2005 com uma mala de cocaína na Turquia, chamou a atenção por causa de sua saúde - portadora de insuficiência cardíaca, médicos afirmavam que ela precisaria substituir uma prótese no coração. "Ela melhorou ao ser transferida de presídio, em 2007", diz Atheniense. Com pena reduzida em 50%, Ângela deve deixar a prisão em junho de 2010.

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