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4 pessoas mortas na 63ª chacina na Grande São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Quatro pessoas foram mortas numa padaria de Embu, na noite desta quarta-feira. Foi a 63ª chacina do ano na Grande São Paulo. Cinco pessoas ficaram feridas. Um grupo em uma Parati e duas motos chegou ao local atirando. A polícia suspeita de acerto de contas. A chacina é o tipo de crime que a polícia mais esclarece na cidade de São Paulo. Dos 40 casos ocorridos neste ano na capital do Estado, 38 tiveram seus autores descobertos e indiciados pela Equipe Especial de Homicídios Múltiplos do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ou seja, 95% das matanças registradas. O total desse crime neste ano até hoje é um pouco menor do que os 41 registrados no mesmo período do ano passado. O ano de 2000 terminou com 53 casos em São Paulo. Os dados foram fornecidos nesta quinta-feira pelo DHPP, responsável pela apuração dos casos da capital - os dos demais municípios da Grande São Paulo são de responsabilidade do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). De acordo com o diretor do DHPP, delegado Domingos de Paulo Neto, o principal motivo das chacinas na capital são as vinganças (62%). A ligação direta com disputas no tráfico de entorpecente responde por 25% dos casos ocorridos neste ano, perfil semelhante ao registrado no ano passado - 55% de vinganças e 25% de tráfico. "Nos casos de vingança, é difícil não haver um em que, mesmo indiretamente, a droga não esteja presente", afirmou o delegado Ismael Lopes Rodrigues, titular da equipe do DHPP responsável pela apuração desses casos. Ao todo, 87 acusados de chacinas foram identificados pela polícia, e 32 deles, presos. Nos casos de 2002, morreram 134 pessoas e 21 sobreviveram. Em 2001, foram mortas 154 pessoas nesses crimes. A polícia havia prendido 24 dos 75 acusados de participar nas matanças, esclarecendo 93% dos 43 casos de 2001. Para o DHPP, é fundamental a existência de uma equipe especializada em chacinas para o sucesso da investigação dos crimes. Cada vez que ocorre um caso na capital, além dos policiais de plantão do DHPP irem ao local do crime, os investigadores da equipe especial de chacinas também são chamados. "Essa rapidez na investigação nos permitiu prender em flagrante os autores de chacinas em três casos diferentes neste ano, partindo das informações recolhidas no local do delito", afirmou Rodrigues. Entre esses casos está a morte de três homens, no dia 24 de novembro, em São Mateus, zona leste. Os policiais descobririam que um dos acusados havia fugido para um sítio em Mongaguá, litoral paulista. Ali, o DHPP localizou Emerson Henrique da Silva, de 33 anos, que bebeu o sangue de uma das vítimas após matá-la, Nilson Nunes, de 40, e Evânio Antônio da Silva, de 35. "Nosso objetivo não é só esclarecer os crimes, mas prender os acusados", afirmou o diretor do DHPP. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo não soube informar o número de chacinas ocorridas neste ano nos demais municípios da Grande São Paulo, como faz desde 1995.

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