5 são presos por atentado a jornal

Ex-advogada de Marcola e mulher de Andinho, que teria ordenado ação, foram detidas; há quatro foragidos

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Por Josmar Jozino
Atualização:

A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária por 30 dias de Maria Odete de Moraes Haddad, ex-advogada de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). Maria Odete foi acusada, com outras dez pessoas, de envolvimento no atentado a bomba na sede da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), em Campinas, no interior paulista, na noite de 21 de janeiro deste ano. Ela acabou presa ainda ontem e transferida para a Penitenciária Feminina de Sant?Ana, no Carandiru, zona norte da capital paulista. A Polícia Civil informou que outras quatro pessoas foram detidas e há quatro foragidas. O mandante do atentado foi o sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, atualmente preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste do Estado. A mulher dele, Luciane Bernardino Seixas, de 31 anos, também foi presa ontem, no Condomínio São Conrado, um dos mais chiques e de alto padrão de Campinas. Policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas prenderam ainda Jean Cleber Brito, de 31 anos, o Bodão; Geise Aparecida Pires, de 26 anos; e André Augusto Mendes de Carvalho, de 30 anos, o Pezão. Andinho é acusado de ter ordenado o atentado contra a RAC por causa de uma reportagem que informava sobre a cerimônia do casamento dele e de Luciane, na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Bodão arrumou as granadas para a ação. Pezão e outros dois homens ainda foragidos teriam ficado responsáveis por jogar os explosivos na sede da empresa. Os artefatos não explodiram. Bodão foi preso na saída de um supermercado no bairro Santa Mônica. Pezão e Geise acabaram detidos na Vila Industrial. Geise é acusada de ter telefonado para a RAC - com o objetivo de intimidar e ameaçar o autor da reportagem sobre o casamento de Andinho e Luciane. Ainda de acordo com a Polícia Civil, Luciane e Maria Odete se encarregaram de arrumar o endereço do autor da reportagem. A advogada atua também como defensora de Luciane. Ela soube da prisão da cliente ontem e foi para Campinas. Ao chegar à delegacia teve uma surpresa. Foi informada de que a Justiça também havia decretado sua prisão temporária. ESCUTAS O diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-2), Kleber Altale, afirmou que as investigações sobre o atentado tiveram início na mesma noite do crime. Delegados responsáveis pelas investigações disseram à reportagem que foram interceptadas, com autorizações judiciais, ligações telefônicas dos acusados. Os delegados acrescentaram que num dos diálogos Andinho pede para Maria Odete arrumar o endereço do autor da reportagem. Na conversa, a advogada informou o preso que iria entrar na Justiça com ação contra o jornalista. Além de Andinho e dos cinco presos ontem, também é acusada de envolvimento no crime Suelen Carone Lopes, de 27 anos. Ela já estava detida na Cadeia Pública de Indaiatuba.

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