PUBLICIDADE

90% dos legumes e verduras consumidos no Rio estão contaminados

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 90% dos legumes e verduras consumidos pelos cariocas sofrem alguma contaminação microbiológica ou química. São substâncias provenientes da aplicação de pesticidas agrícolas ou da água usada na irrigação do terreno, geralmente contaminada por coliformes fecais. Os dados foram levantados pelo Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que inaugurou o primeiro Centro de Qualidade de Alimentos do Estado, em Nova Friburgo, na região serrana. "Na realidade, hoje o que temos são estudos dispersos que mostram que a produção de verduras e legumes de nossos agricultores está muito comprometida", afirma a nutricionista Márcia Madeira, coordenadora do projeto. Segundo ela, com o centro de qualidade será possível, dentro de seis meses, monitorar sistematicamente a plantação e a colheita de seis municípios da região serrana (Nova Friburgo, Duas Barras, Sumidouro, Trajano Ribeiro, Teresópolis e Bom Jardim), que concentram a produção de 85% dos hortifruti consumidos pelos fluminenses. "Estamos trabalhando com 230 produtores e nesse primeiro momento a idéia é fazer análises microbiológicas de 420 amostras", diz a pesquisadora. O projeto espera ter o resultado das amostras em três meses, prazo estabelecido para a entrega do primeiro balanço da situação. A segunda etapa do trabalho será a educação dos produtores rurais. O monitoramento se estenderá por um período de duração de dois anos, tempo básico para que o trabalho preventivo se consolide. Segundo Márcia Madeira, a intenção será a de lançar um selo de qualidade para os agricultores que conseguirem eliminar a contaminação microbiológica e química de seus produtos. "Com esse selo, será mais fácil negociar esses produtos com a indústria de alimentos, o que hoje é muito difícil", acredita a pesquisadora. O Centro de Controle de Alimentos do Rio de Janeiro custou R$ 380 mil, financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio (Faperj) e tem como parceiros técnicos da Emater, órgão da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior, e do Serviço Nacional da Indústria (Senai).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.