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À CPI, diretora da Infraero nega irregularidades em aeroportos

Ministério Público e Tribunal de Conta apontam falhas nas obras de Congonhas

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Por Redação
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Em depoimento à CPI do Apagão Aéreo da Câmara, a diretora de Engenharia da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Eleuza Terezinha Lores, negou qualquer irregularidade em obras de aeroportos do País. Eleuza é alvo de ação cível pública do Ministério Público de São Paulo, que tentou embargar as obras do Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, sob a alegação de irregularidades na licitação. O Tribunal de Contas da União (TCU) também aponta falhas nas obras de Congonhas. "O Ministério Público de São Paulo pegou um relatório preliminar de 2006 e abriu uma ação pública em função do processo licitatório da obra do aeroporto de Congonhas", explicou a diretora de Engenharia. Ela confirmou que, em função da ação, está com seus bens bloqueados pela Justiça. Valor das obras Segundo Eleuza, as auditorias do TCU feitas em obras nos aeroportos apontam sobrepreços porque os técnicos do Tribunal usam como parâmetro a tabela de preços da construção civil. "Estamos trabalhando junto com o TCU para criar uma tabela só para o sistema aeroportuário. Aí quando todas as auditorias forem enquadradas nessa tabela não vai haver sobrepreço nas obras", afirmou. No depoimento, a diretora da Infraero afirmou que não é filiada a nenhum partido político e rebateu as acusações da empresária paranaense Silvia Pfeiffer - que depôs nesta quinta-feira, 21, na CPI do Apagão Aéreo do Senado - de que seria chefe de um esquema de corrupção nas obras dos aeroportos. "Se ela (Sílvia) tem acusação de que há corrupção que comprove. Eu não recebi nada dela nem de ninguém. Não tenho força política nenhuma. Não sou ligada a partido político. Tenho é bagagem profissional. Contra mim não tem nada tanto que não fui afastada da diretoria da Infraero", afirmou Eleuza. A diretora da Infraero disse ainda que nunca captou recursos para campanhas eleitorais. Eleuza assumiu a diretoria de Engenharia em janeiro de 2003, ocasião em que a Infraero passou a ser presidida pelo hoje deputado Carlos Wilson (PT-PE). Senado Sílvia Pfeiffer, que estava depondo na CPI do Apagão Aéreo do Senado, sentiu-se mal e foi pelo serviço médico da Casa. Em seu depoimento, Silvia confirmou denúncias de corrupção em contratos realizados pela empresa da qual era sócia, a Aeromídia, e a Infraero. Ela acusa o ex-presidente da Infraero, Carlos Wilson, e várias outras pessoas, de envolvimento em fraudes em licitações e superfaturamento de preços de obras dos aeroportos. De acordo com o relator da CPI, senador Demósthenes Torres (DEM-GO) Silvia apresentou documentos e tem feito as acusações "com propriedade". Segundo Torres, as denúncias serão agora investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

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