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A pedido de Lula, um prêmio de consolação para os russos

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Os russos, pela vontade do então presidente Lula, precisavam levar um prêmio de compensação. Haviam ficado de fora, na etapa final da escolha do novo caça de tecnologia avançada da FAB e ruminavam sua decepção. Era outubro de 2008 e a Aeronáutica cuidava, em outra frente, da compra de helicópteros especiais, de assalto e ataque - concorriam fornecedores italianos e russos. O produto de Moscou era o Mi-35, o "tanque voador", provado em 24 conflitos, escolhido por 60 países. Mais que isso: o governo russo atrelava ao negócio a instalação no País de uma ampla estrutura de manutenção com clientela garantida - a Venezuela e o Peru, usuários do mesmo tipo de equipamento. Também estava envolvido um processo de transferência de tecnologia. Para os especialistas do Comando da Aeronáutica o modelo preferido era, de longe, o americano Apache, inacessível pelo preço de aquisição, que começava em US$ 20 milhões e pelo veto à entrega de conhecimento sensível. O impressionante Mi-35 parecia uma boa alternativa, rústico, facil de operar e com capacidade de múltiplo emprego, podendo transportar até oito soldados prontos para o combate - sem prejudicar o sistema de armas.As primeiras três unidades, já rebatizadas de Sabre pela Força Aérea, foram recebidas em abril do ano passado na Base Aérea de Porto Velho, Rondônia. Entraram em ação, em missão de vigilância armada sobre a Amazônia. Foi um avanço significativo, mas o comando da aviação militar deu ao fato um discreto tratamento.O Comando do Exército, que acaba de contratar a revitalização de sua frota de helicópteros e recebeu em dezembro o Super Cougar EC-725 inaugural de uma frota de 16 aeronaves, estuda a aquisição de ao menos quatro versões do Mi-35. Quer usá-los, para dar apoio à guarda das fronteiras da Região Norte.

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