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A rotina dos profissionais da linha ''faz tudo''

Foto do author Fausto Macedo
Por Fausto Macedo e
Atualização:

Eles são profissionais da linha faz tudo, ocupam escritórios modestos que não passam de conjuntos de duas ou três salas acanhadas no centro de São Paulo. Prestam assessoria contábil, regularizam e põem em dia pessoas jurídicas em falta com o Fisco, dão assessoria tributária e jurídica, abrem e encerram firmas da noite para o dia - é assim que a clientela exige.Cobram de acordo com a demanda - R$ 50 por documento se a encomenda for grande e de R$ 200 a R$ 300 se o pedido é individual. Attela Contabilidade, que pertence a Antonio Carlos Atella Ferreira, faz "pesquisa de Receita, procuradoria do INSS, retira e entrega documentos no local" e faz gestões perante a Junta Comercial para constituição, alteração e baixa de empresas. "Sou um office boy de luxo", diz o contador. "Eu sou pago para retirar os documentos. Se fosse cobrar por nome eu cobrava mais caro."Attela disse que "já foi filiado" a um partido, mas não disse qual, alegando não se lembrar. "Cheguei aos 62 anos, imagina se eu me lembro da mamadeira que eu mamei."Seu parceiro, Ademir Estevam Cabral, divide espaço com Helena Barbosa, titular do HB Assessoria e Contabilidade, no sexto andar de um prédio comercial da Rua Dom José de Barros. Ali, por um breve período, em setembro do ano passado, Cabral e Attela trabalharam juntos - naquela época Attela deu entrada na Receita em Santo André com o pedido de cópia das declarações de Verônica Serra. "Os clientes deles são os clientes deles", explicou Helena, que aconselhou Cabral a falar o que sabe sobre o caso. "Quem não deve não teme."Helena conta que admitiu Cabral em seu escritório para aliviar as despesas com aluguel. Ela paga R$ 800, ele R$ 450. "Ele (Cabral) não é meu sócio, é autônomo. Os clientes dele eu não conheço."

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