Ironia do destino! A transição começa sob o signo de um ajuste "rudimentar". Antes de embarcar para Seul, Dilma Rousseff reuniu-se com a equipe de transição e mandou segurar as bombas fiscais em gestação no Congresso, pediu revisão do Orçamento e, em linhas gerais, ordenou que se cumprisse a diretriz ditada no dia da vitória eleitoral, que "o povo não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável". Há cinco anos, quando Antonio Palocci pregou o mesmo, a então recém-nomeada ministra da Casa Civil deu entrevista ao Estado e chamou o ajuste de proposta "desqualificada" e "rudimentar". Ontem, como hoje, governar é ser tomada pela urgência prática de fazer com que as coisas aconteçam. Ela está tentando segurar a herança gastadora do criador.