PUBLICIDADE

Acaba greve de ônibus do ABC

Por Agencia Estado
Atualização:

Terminou a greve dos motoristas e cobradores de ônibus da região do ABC. A decisão foi tomada na noite desta quinta-feira, durante assembléia realizada na sede do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, em Santo André, depois que o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT/SP) julgou a paralisação abusiva. O movimento deflagrado na terça-feira nas sete cidades da região - Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra - deixou 1,3 milhão de passageiros sem transporte no primeiro dia e enfraqueceu-se nesta quinta-feira. A falta de iluminação no plenário, por causa do racionamento, fez com que a seção presidida pela juíza Maria Aparecida Pellegrina, fosse iniciada com alguns minutos de atraso. "Peço paciência aos presentes", disse a juíza, enquanto determinava que todas as luzes fossem acesas. O juiz relator João Carlos de Araújo pediu providências para que o ar-condicionado também fosse ligado. "Não somos mais crianças para suportar isso", comentou ele, referindo-se ao calor, mas até o fim da seção não foi atendido. A decisão do Tribunal de manter parte da proposta - 6% de reajuste salarial mais a participação nos resultados, de R$ 200,00 para motoristas e R$ 150,00 para trabalhadores -, oferecida pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do ABC (patronal) e 30 dias de estabilidade não agradou ao presidente do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Francisco Mendes da Silva. "Esse tribunal nos deu menos do que as empresas ofereceram", disse Silva. Ele estava indignado em função de a Justiça ter concedido apenas 6% de reajuste ao vale-refeição, ante as 15,38% oferecidos pelo sindicato patronal durante as negociações, e o pagamento da participação nos resultados somente em setembro. Após o término da sessão, a juíza disse aos jornalistas que considerou a greve abusiva por acreditar que todas as paralisações em setores essenciais da sociedade devem ser simbólicas. Outro motivo foi o não cumprimento da decisão conciliatória determinada pelo Tribunal, que previa a colocação de 70% da frota de 2.000 ônibus nas ruas nos horários de pico e 50% nos horários intermediários. Até a noite desta quinta-feira, o sindicato patronal ainda não tinha avaliado os prejuízos da paralisação. O número de veículos depredados chegou a 34, além dos 10 que tiverem pneus furados. Para Silva, nesta quinta-feira não houve grande prejuízo no transporte da população, porque 100% da frota circulava em São Bernardo do Campo, 65% em Santo André, 50% em São Caetano do Sul, 45% em Ribeirão Pires, além de 45% dos trólebus. Cerca de 600 motoristas e cobradores participaram da assembléia, que decidiu pelo retorno ao trabalho. "Não foi uma grande vitória, mas o trabalhador saiu parcialmente recompensado", disse o advogado do sindicato da categoria, José Alberto Moraes Alves Blandy.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.