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Acervo de 8 mil obras é avaliado em R$ 17 bilhões

Por William Glauber
Atualização:

A junção do poder político e econômico do empresário de comunicação Assis Chateaubriand e o conhecimento acadêmico do crítico de arte Pietro Maria Bardi resultou na formação do principal acervo de artes da América Latina. Os interesses comuns do paraibano e do italiano fundaram o Museu de Arte de São Paulo (Masp), em 2 de outubro de 1947. Atualmente, as 8 mil obras, avaliadas em R$ 17 bilhões, tornam o museu referência internacional em arte. Para compor tal acervo, a missão de Chateaubriand era financiar as compras e a Bardi caberia a missão de escolher as obras. O arquiteto Marcelo Ferraz, que trabalhou por 15 anos com Lina Bo Bardi, que projetou o atual prédio do Masp, de 1968, conta que a parceria deu certo porque eles se aproveitaram da crise de famílias européias no pós-Guerra para adquirem obras por bagatela. "Foi um trio fantástico." Proprietário dos Diários Associados, com 34 jornais, 36 rádios e 18 emissoras de televisão, Chateaubriand, além de dinheiro, articulou também sua influência para convencer empresários nas décadas de 1940 e 1950 a pagarem pelas obras. Nesse jogo, chantagem e ameaças trouxeram ao acervo do museu obras importantes de artistas como Goya, Renoir, Ticiano, entre muitos outros. Antes de ocupar o prédio atual, o Masp ocupou o número 230 da Rua 7 de Abril, já com 200 obras no acervo. Em 1968, foi inaugurado na Avenida Paulista o prédio projetado por Lina Bo Bardi. A cerimônia contou com presenças ilustres, como a da rainha Elizabeth II. DÍVIDAS ANTIGAS Nem só de glamour, no entanto, viveu o Masp. Além das dívidas recentes, o presidente Juscelino Kubitschek, em 1957, salvou de seqüestro judicial diversas obras do Masp em exposição no Metropolitan Museum de Nova York, detidas por causa de dívida de US$ 6 milhões a credores norte-americanos. A Caixa Econômica emprestou a quantia, e a dívida foi anistiada.

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