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Acuado, filho de Beira-Mar se entrega à polícia

Prisão foi decretada após escutas revelarem venda de arma ao tráfico

Por Pedro Dantas e RIO
Atualização:

Com dois mandados de prisão - um da Justiça Federal e um da Justiça do Rio -, o filho do traficante e homicida Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, entregou-se anteontem à 59ª Delegacia de Polícia de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Felipe Alexandre da Costa, de 21 anos, é acusado de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. O acusado teve a prisão decretada no dia 12 de dezembro pela 2ª Vara da Comarca de Maricá, na Região dos Lagos, após ser flagrado em escutas telefônicas oferecendo armas para traficantes da favela de Vigário Geral. De acordo com denúncia do Ministério Público Estadual, Felipe teria participado de uma invasão à favela. Ontem, a polícia divulgou as escutas. Em um determinado momento, um deles pergunta ao outro se o objeto a ser "atravessado" estaria "com munição". Na carceragem da 59ª DP, Felipe divide a cela com o irmão David Rodrigo Lira da Costa, de 23 anos, preso no dia 23 de dezembro, na Rodovia Washington Luiz, ao ser flagrado armado em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal. Ambos residem na Favela Beira-Mar e são filhos de mães diferentes. "Acredito que ele se entregou porque vislumbrou a possibilidade de ser preso a qualquer momento", disse o delegado-titular da 59ª DP, Fábio Pacífico. Os investigadores do distrito apuram qual era o papel de Felipe e de David no tráfico. Ao se apresentar acompanhado por uma advogada, Felipe disse que era empresário e que tem o ensino superior incompleto. Ele e o irmão ocupam a carceragem com outros 340 presos. O Estado apurou que os advogados vão negar em juízo que a voz flagrada nas escutas é do filho de Beira-Mar. Segundo funcionários do distrito, os irmãos recebem poucas visitas e não desfrutam de regalias. Em novembro, a PF chegou a prender Felipe na Operação Fênix, em Mato Grosso do Sul. Na ocasião, ele foi denunciado com outras 33 pessoas, inclusive o pai, mas foi liberado por falta de provas. No inquérito na 2ª Vara Criminal de Curitiba, a PF, por meio de escutas autorizadas, flagrou Felipe negociando entregas de drogas. No mesmo processo, ele é acusado de usar a empresa Chama Acessa de Caxias Comércio de Gás Ltda para lavar dinheiro. No ano passado, ele teria declarado que a firma distribuiu aos sócios R$ 50 mil, mas o livro contábil registrou R$ 8 mil. Segundo o delegado da 59ª DP, Felipe deverá ser ouvido pela 2ª Vara da Comarca de Maricá. Depois, ele ficará à disposição da Justiça Federal.

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