
28 de maio de 2011 | 00h00
Por sua luta em defesa da liberdade de imprensa, executivos do jornal argentino El Clarín receberam ontem, em Brasília, o Prêmio ANJ (Associação Nacional de Jornais) de Liberdade de Imprensa. O diário vem enfrentando, há tempos, uma série de ataques partidos de setores do governo de Cristina Kirchner.
Um dos principais problemas ocorreu em março, quando o jornal não circulou num domingo. Organizados por uma central sindical e supostamente com a cumplicidade de setores do governo, piquetes iniciados na véspera impediram que a edição dominical fosse às ruas.
Distribuída no dia seguinte, a edição tinha uma reportagem sobre a abertura de uma investigação para apurar suposto enriquecimento ilícito de um líder sindical.
"Assim como o Clarín, o La Nación, outro bravo diário argentino, além de outros títulos, sofreram ações patrocinadas por setores ligados ao governo em represália ao bom jornalismo que fazem. Houve até boicote publicitário a outro jornal, Perfil, que precisou recorrer à Corte Suprema para obrigar o governo a incluí-lo na sua pauta publicitária", disse ontem a presidente da ANJ, Judith Brito, que participou da solenidade, na sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
O prêmio foi entregue ao presidente do grupo Clarín, Hector Magnetto, e ao seu editor-geral, Ricardo Kirschbaum, por filhos do jornalista Sidnei Basile, recentemente falecido e que ocupou o cargo de vice-presidente do Comitê de Liberdade de Expressão da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
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