Acusado de chefiar máfia de caça-níqueis no Rio é preso

A polícia do Rio estima que cerca de 80 policiais trabalhem para Fernando Ignácio de Miranda e Rogério Andrade, acusados de chefiar a máfia de caça-níqueis no Estado

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Por Agencia Estado
Atualização:

Apontado pela polícia como um dos chefes da máfia de caça-níqueis no Rio de Janeiro, Fernando Ignácio de Miranda foi preso na manhã desta quinta-feira, 12, num condomínio de luxo de São Conrado, na zona oeste da cidade. Ele e outras três pessoas tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça. Fernando Ignácio foi preso 24 dias depois do seu inimigo Rogério Andrade, condenado a 19 anos de prisão por assassinato em 1998 do primo Paulinho Andrade, filho do bicheiro Castro Andrade. Genro e sobrinho do bicheiro Castor, já morto, eles ficarão presos na mesma unidade, a carceragem da Polinter de Campo Grande. A polícia chegou ao apartamento de Fernando Ignácio, no mesmo prédio em que mora o prefeito Cesar Maia, por volta das 6 horas. Ele se recusou a abrir a porta e a polícia precisou chamar um chaveiro. Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão. Na empresa de Fernando Ignácio, a Adult Fifty Games foram apreendidos computadores, documentos e marretas, usadas na destruição de caça-níqueis do grupo rival de Rogério. Nos últimos oito anos, pelo menos 50 pessoas foram mortas na guerra dos caça-níqueis. Os embates tiveram início após a morte de Castor de Andrade, que deixou como herança as bancas do jogo do bicho para o sobrinho Rogério e as máquinas de caça-níquel para o genro Ignácio. Com a queda do movimento no bicho, Rogério passou a avançar sobre a área de Fernando Ignácio. A polícia estima que cerca de 80 policiais trabalhem para Ignácio e Rogério. Mais prisões O cabo reformado da Marinha Marcos Paulo Moreira da Silva, o Marquinho Sem Cérebro também foi preso no Rio nesta quinta-feira. Eles e dois policiais militares foram reconhecidos como os homens que atacaram um grupo de bombeiros e PMs, na porta de uma oficina mecânica, em Bangu, em 26 de abril passado. A 1ª Vara Criminal de Bangu decretou a prisão temporária dos quatro acusados por 30 dias. No ataque, o soldado Edmilson Souza Pinto foi atingido com dois tiros de fuzil e um de pistola, mas sobreviveu. O PM Jorge Feliz de Souza e o bombeiro André Vicente Lemos Lustosa correram e escaparam dos tiros. No dia em que foi assassinado, o soldado estava com pessoas ligadas a Rogério Andrade. Sem Cérebro foi preso numa casa em Bangu, descrita como uma fortaleza pelos policiais que o localizaram: protegida por cerca eletrificada e circuito de câmera. No local, havia duas pistolas 380, uma espingarda calibre 12 e um revólver. Ele ficará detido no 1.º Distrito Naval. Os outros dois PMs Aldecir Serafim e Rui Barros, também apontados como participantes do ataque, permanecem foragidos.

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