Acusado de matar sem-terra será julgado nesta quinta no PR

É o primeiro júri popular envolvendo conflito agrário no Estado

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Por Agencia Estado
Atualização:

O julgamento de José Luís Carneiro, acusado de ter matado o sem-terra Sebastião da Maia, em Querência do Norte, no noroeste do Paraná, deverá movimentar nesta quinta-feira o município de Loanda, sede da Comarca, a cerca de 560 quilômetros de Curitiba. Os sem-terra e entidades defensoras dos direitos humanos prometem acompanhar na própria cidade o julgamento, que deve começar às 13 horas. É o primeiro júri popular envolvendo conflito agrário no Estado. Ele será presidido pela juíza Elizabeth Khater. Um funcionário do Fórum informou que foi pedido reforço policial. A região noroeste do Paraná foi uma das mais conturbadas em relação a questões fundiárias, sobretudo na década passada e início da atual. O fato que será levado a julgamento aconteceu no dia 21 de novembro de 2000. Cinco dias antes, 39 famílias tinham sido retiradas pela Polícia Militar da Fazenda Água da Prata, em cumprimento a ordem de reintegração de posse. Mas elas decidiram retornar à fazenda naquela manhã, alegando que tinham plantado várias culturas e precisavam fazer a limpeza. Os sem-terra disseram que iam para o campo, quando ouviram tiros. Logo depois encontraram Tiãozinho, como era conhecido o líder na região, caído na divisa da fazenda. No mesmo dia foram presos cinco seguranças da fazenda, mas eles foram liberados posteriormente por não terem sido reconhecidos por testemunhas. Carneiro, que trabalhava como bóia-fria, passou a figurar como suspeito após depoimento de seu filho, dizendo que o pai estava desaparecido. Ele afirmou também que Carneiro tinha sido contratado para arrumar cercas na fazenda Água da Prata, mas vinha atuando como segurança.

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