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Acusado de vender celular para presos é detido no PR

Homem possuía uma lista com nomes de presos famosos, como o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Camacho, o Marcola

Por Agencia Estado
Atualização:

O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prendeu em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, um homem acusado de vender números de séries de celulares para presos de várias partes do País e de gerenciar teleconferências entre eles. Preso sexta-feira e apresentado nesta segunda-feira, Jefferson Frank Spagnuolo, de 32 anos, tinha em uma lista apreendida pela polícia nomes de presos famosos, como o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Camacho, o Marcola, e de seu irmão, conhecido como Marcolinha. Os nomes que aparecem em cadernos que estavam em poder de Spagnuolo serão investigados e a polícia não descarta que novas prisões possam acontecer. "Ele é uma peça-chave no crime organizado, pois, apesar de não fazer parte de nenhuma quadrilha determinada, prestava serviços para presos de vários presídios do País", disse o delegado Rodrigo Brown de Oliveira. A polícia chegou até ele após prender nos últimos dias várias pessoas acusadas de cometerem crimes contra funcionários públicos. Em sua casa, havia 22 celulares, uma pistola e um computador para clonar linhas e gerenciar as teleconferências. Com o pedido de quebra de sigilo telefônico e bancário, a polícia espera levantar possíveis contatos, inclusive para saber se ele teve participação na recente onda de violência e rebeliões vista em vários locais, especialmente em São Paulo. "Vamos investigar para ver qual o alcance", acentuou Oliveira. O delegado disse que ele confessou o contato com os presos. À imprensa, Spagnuolo preferiu o silêncio. Negou apenas que tivesse contato com Marcola. Sobre as outras acusações, uma única frase: "Deixo para a Justiça resolver". Natural de Santos (SP), ele disse morar em Pinhais há 12 anos. Lá, responde a inquérito por roubo. Contatos Segundo a polícia, ele tinha contato com quadrilhas especializadas em captar os números de série e dados sigilosos de celulares em aeroportos e rodoviárias de todo o País. Depois, fazia contato com os presos e lhes oferecia o serviço e os números de série, cobrando R$ 25,00 por cada um. Vendia no mínimo duas por dia. "Os presos possuem grande conhecimento técnico da programação de celulares. Por isso, era só passar o número de série que o restante eles faziam", afirmou Oliveira. "Quando um clone era identificado, eles compravam outro número e trocavam." A polícia também o acusa de gerenciar um serviço de teleconferência, pelo qual conseguia colocar em contato simultâneo cerca de 10 presos de diferentes Estados. "Ele passava o dia todo em sua casa, na frente do computador, servindo como um braço técnico do crime organizado", ressaltou o delegado. Nas agendas recolhidas em sua casa há números de telefones com DDD de vários Estados, além de nomes de presos e anotações de valores, provavelmente por ele recebidos. Spagnuolo foi indiciado pelos crimes de porte ilegal de armas, estelionato, receptação e formação de quadrilha.

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