Acusado tem perfil de psicopata, diz especialista

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Por Camilla Haddad
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O porteiro Jadson José dos Santos apresenta o perfil de um psicopata, agindo com frieza e autoconfiança elevada, segundo Antônio de Pádua, do Núcleo Forense de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC). Pai de dois filhos - um de 10 anos e outro de 6 - ele não mostrou o menor arrependimento, medo ou nervosismo pelo crime, nem mesmo quando ficou frente a frente com Sandra de Castro Nascimento, mãe de Jamile. "O psicopata mostra autocontrole em tudo, não tem batimentos cardíacos alterados diante de uma situação de risco e não reage com emoções que possam o denunciá-lo. Também não apresentam ansiedade", afirma Pádua. Segundo o psiquiatra, o porteiro elegeu a arquiteta como vítima montando a operação de captura um ou dois dias antes. "O psicopata costuma pegar pessoas com maior vulnerabilidade. No caso da arquiteta Jamile, ela pode ter deixado a impressão de que tinha dinheiro, fato que possivelmente o impressionou." O psicopata também pode ter uma convivência normal ao lado de sua família, sem demonstrar que age diferente quando está longe de casa ou do convívio com os filhos. Pádua descarta qualquer sentimento de arrependimento do porteiro, em virtude do psicopata não ter noção das conseqüências dos seus crimes. Segundo sua análise, não existe um diagnóstico conclusivo para afirmar que psicopatas já nascem assim. "Não dá para afirmar que sim ou que não, mas envolve fatores biológicos, herança genética, histórico familiar, criação. No caso de Santos, nós não sabemos e nem podermos afirmar o que o levou a ser assim."

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