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Acusados de matar músico se entregam em Ribeirão

Por Agencia Estado
Atualização:

Os universitários Alexandre Toquini Mota, de 21 anos e Wésley Vilela Barbosa de 20 anos, se apresentaram hoje à polícia de Ribeirão Preto. Eles são acusados de matar o músico e técnico em informática, Wander Evaristo Volpato, de 24 anos, ao arrastá-lo do lado de fora de um veículo depois de uma discussão em um badalado bar da cidade. Os rapazes disseram à polícia que só ficaram sabendo da morte um dia depois ao ouvirem a notícia pela televisão. E afirmaram ainda que jamais imagnariam que Wander tivesse morrido. "Eles garantiram que durante a discussão, Wander tentou agredi-los e eles apenas tiraram a mão do rapaz e fecharam o vidro", contou o delegado Antonio Sérgio de Oliveira, titular do setor de homicídios da Delegacia Geral de Investigações. Eles disseram que ao saírem do bar, foram direto para suas casas. Os dois moram em um bairro nobre da cidade. Alexandre, que estava no banco de passageiro, e Wésley ao volante, alegaram que os vidros da camionete S10 em que estavam têm insulfilm. "E por isso não teriam visto a queda de Wander", ressaltou o delegado. Essa versão entretanto é contestada pela principal testemunha do caso, a estudante Verônica Cesar Vieira, de 17 anos, que acompanhou toda a discussão. "O vidro ficou aberto o tempo todo", garantiu a moça, que tentou separá-los. Na versão dos rapazes, Wander subiu no estribo da S10 para dar um murro em Alexandre e na sequência se apoiou na cabine sem que eles percebessem. No entanto, isso não foi o que aconteceu, segundo a outra testemunha, a operadora de caixa Ednéia Silva, de 22 anos. "Vi quando eles seguraram o braço do Wander", garantiu. Linchamento e choro Durante as duas horas e meia de depoimento, os universitários choraram muito. Eles garantiram á polícia que desde que foram identificados, estão recebendo ameaças de morte e, principalmente de linchamento. Com a alegação de que eles poderiam correr risco de vida, a polícia de Ribeirão Preto tomou os depoimentos em uma sala especial na Delegacia Seccional, um procedimento não usual. Eles tiveram também direito a saída especial do prédio para que não fossem expostos. "Os rapazes não estão sendo protegidos. É uma questão de segurança pedida pelos advogados", ressaltou o delegado Antonio Sérgio. Uma das advogadas dos rapazes, a criminalista Márcia Seixas Santos, disse que seus clientes não são "filhinhos de papai" irresponsáveis, como toda a cidade está acreditando. "Eles são pessoas de classe média e lutam para sobreviver como todo mundo", ponderou Márcia. Alexandre é bancário e mora com a mãe viúva. Wesley trabalha em um depósito de material de construção que pertence a sua família. os dois são amigos desde a adolescência. A S10 cabine dupla tinha sido comprada pelo pai de Fécula há 15 dias. Alexandre e Fécula foram indiciados por homicídio culpaso, ou seja, sem intenção de matar. Pelo menos outras 20 pessoas ainda deverão depor no caso.

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