Adiamento de MP com recursos para Maggi é uma confissão de crime eleitoral, diz Tasso

Na avaliação do senador, o adiamento da data da MP não muda o fato de que houve uso da máquina pública em troca de apoio eleitoral

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou nesta terça-feira que a promessa do governo de edição de uma medida provisória (MP) de R$ 1 bilhão para os produtores de soja, que beneficia diretamente o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), que anunciou apoio à candidatura Lula, é "um suborno do ponto de vista administrativo". Segundo Tasso, o adiamento da edição desta MP para depois do segundo turno das eleições é uma "confissão" de um suposto crime eleitoral. Na avaliação do senador, o adiamento da data da MP não muda o fato de que houve uso da máquina pública em troca de apoio eleitoral. Apesar de Tasso falar em ´adiamento´ da MP, não havia uma data certa para a liberação de recursos para a agricultura. Esperava-se, pelo plano de safra anunciado em maio, que a liberação dos recursos ocorresse em algum momento do mês de outubro, quando a safra é plantada. Na segunda-feira, no entanto, o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, informou que a MP só sairá no final do mês, no dia 30 de outubro, após as eleições. O ministro chegou a convocar para o final da tarde da segunda, às pressas, uma coletiva de imprensa em São Paulo para tratar do assunto, em resposta às críticas feitas pelos PSDB, que considerava a liberação de recursos para agricultura como uma medida eleitoreira. "O valor de R$ 1 bilhão já estava previsto pelo governo no Plano de Safra anunciado em maio, dentro de um total de R$ 2,8 bilhões apenas para a comercialização. Isso mostra o desconhecimento da oposição sobre o assunto. As acusações mostram que a oposição não tem compromisso com o agronegócio", disse o ministro na entrevista de segunda. Após o encontro desta manhã com o procurador-geral do TSE, Tasso rebateu também as acusações de petistas de que a oposição quer desestabilizar o País. "Nós queremos a verdade. Desestabilizar o País é usar de meios escusos e dinheiro criminoso para prejudicar o processo eleitoral e depois usar os meios que têm para abafar o caso", disse. Segundo o senador, o corregedor-geral do TSE, César Rocha, disse a ele e aos demais líderes oposicionistas que encaminhará as diligências necessárias em relação às notícias publicadas na revista Veja e também disse que vai pedir ao Banco Central para acelerar o trabalho de investigação da origem do dinheiro para a compra do dossiê Vedoin. Tasso informou ainda que receberá em seu gabinete o presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais, Sandro Avelar, que teria pedido o encontro. Por conta disso, a ida dos presidentes dos partidos de oposição à PF e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi adiada para quarta.

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