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Adoção de crianças aumenta no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O número de adoções de crianças na cidade do Rio de Janeiro cresceu 50% no período de um ano. Segundo dados da 1ª Vara da Infância e da Juventude, atualmente cerca de 90 processos, em média, são concluídos por mês na capital. No primeiro semestre de 2001, a média mensal era de 60 casos de adoção. ?Esse número vem crescendo a cada mês, com a simplificação do processo e a implementação de uma cultura de adoção junto à sociedade?, disse, nesta quarta-feira, o juiz Leonardo de Castro Gomes, da 1ª Vara, que participou de seminário sobre adoção realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio. Ele ressaltou que o tempo de espera depende do perfil da criança desejada. ?A grande maioria só quer adotar menina, branca, recém-nascida. Por isso, há 90 pretendentes na lista, à espera de uma criança, apesar de termos muitos negros e adolescentes no cadastro?, disse o juiz. Segundo Gomes, cerca de 65% dos casos registrados ainda são, na realidade, regularizações de adoções. ?Há muitos casos das chamadas adoções à brasileira, de pessoas que registram filhos de outros, o que é crime.? As adoções feitas por estrangeiros também devem apresentar aumento neste ano. De acordo com informações do Tribunal de Justiça, foram dez casos em 2001. ?Somente no último mês entraram mais de 15 processos, a maior parte da Itália?, informou o desembargador Thiago Ribas Filho, coordenador da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja). Ele lançou nesta quarta, durante o seminário, a campanha ?Adoção, um ato de amor?, que tem por objetivo conscientizar a sociedade para a questão do menor e do adolescente em estado de abandono. ?A relação parental com um filho adotivo se constrói através do amor, se estrutura no afeto, e o amor é algo incondicional?, disse, em palestra durante o seminário, o psicólogo Luis Schettini Filho, que tem cinco filhos adotivos, com idades entre 3 e 28 anos. O desembargador Liborni Siqueira, presidente do Fórum Permanente da Infância e da Juventude, ressaltou que um filho adotivo não pode ser visto como uma ?prótese?. ?A adoção não deve servir para preencher o vazio na vida de uma pessoa. É um ato de amor que não pode ser confundido com caridade.?

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